Capítulo 2

Dei um passo à frente.

"Você não tem o direito de entrar no escritório do meu pai, beber nosso vinho, sentar no nosso sofá e me tratar como se eu ainda fosse aquela garotinha que te seguia como um cachorrinho, Luca. Não mais. Você não vai me encantar com esse sorriso arrogante e esses—esses malditos músculos!"

Seu sorriso se alargou. "Você notou os músculos, hein?"

"Cala a boca."

Ele se aproximou, seu perfume invadindo meu espaço como um ataque furtivo. "Você não me odeia, Andria. Você só está irritada porque eu ainda faço seu coração disparar."

"Eu preferia deixar os Diablos me atirarem," rebati.

Luca riu novamente, maldito seja. Então ele se virou para meu pai como se eu não tivesse acabado de ameaçar esfaqueá-lo com meus saltos.

"Vou me mudar para a ala de hóspedes a partir desta noite," disse ele, todo profissional novamente. "Andria não sai da villa a menos que eu diga. Protocolo de confinamento total. Vou dobrar os guardas e verificar sua trilha digital."

Fiquei boquiaberta. "Você vai se mudar?"

Ele olhou para mim, completamente impassível. "Ah, esqueci de mencionar? Onde você for, Principessa, eu vou."

Gritei internamente.

Isso era guerra.

Eu não sabia o que era pior—a ameaça de morte dos Diablos ou sobreviver nesta casa com Luca Bianchi andando por aí sem camisa e arrogante, me tratando como se eu ainda fosse sua sombra adolescente com uma paixão inofensiva.

Pena para ele.

Desta vez, a princesa morde de volta.


Claro que eu tinha planos. Planos maliciosos, deliciosos e calculados que envolviam sedução, jogos de poder e talvez fazer Luca Bianchi chorar em seu travesseiro estúpido e perfeito um dia. Mas agora? Agora minha prioridade não era vingança ou sobrevivência. Era minha formatura.

Eu não passei quatro anos na academia feminina mais exclusiva da Itália—comendo couve seca, assistindo intermináveis aulas de ética empresarial, sobrevivendo a professores ambiciosos e herdeiras ciumentas—só para ter a Máfia Diablo me enviando uma ameaça de morte na véspera da minha caminhada pelo palco.

Eu ganhei aquele diploma. De salto. Com honra.

E agora eles querem cancelar a cerimônia?

Por razões de segurança?

Só por cima do meu cadáver e fabulosamente vestida.

Então sim, eu estava furiosa ao caminhar para a varanda como uma tempestade de Prada. O ar da noite atingiu minha pele, fresco e espesso com a névoa do Lago de Como, mas não fez nada para acalmar o fogo que ardia em meu peito.

Ainda estava fervendo quando ouvi o som mais suave e irritante imaginável—sapatos de couro italiano raspando contra os ladrilhos de mármore.

Ah, fantástico.

Aqui vinha o Sr. Cara de Arrogante II.

Luca me seguiu como um cachorro de rua muito confiante que acabara de marcar a vila como sua. Parou ao meu lado, apoiou-se na grade com aquela postura relaxada irritante, como se fôssemos velhos amigos conversando sobre um espresso, não no meio de uma crise.

"Sabe," ele começou, com a voz suave e estupidamente profunda, "você anda como se estivesse prestes a declarar guerra à gravidade."

Não olhei para ele. "Estou praticando. Para o seu funeral."

Ele teve a audácia de rir. Como se estivesse encantado. Encantado.

Deus, eu odiava esse homem.

"E esses sapatos," ele acrescentou, inclinando a cabeça em direção aos meus saltos vermelhos de verniz, "não foram exatamente feitos para fugir de assassinos."

Virei a cabeça muito devagar. "São Louboutins. Vou morrer com estilo."

Luca sorriu. Aquele sorriso devastador, com covinhas nas bochechas, que deixava as mulheres fracas e os criminosos nervosos. "Você sempre teve um talento para o drama, Principessa."

"Não me chame assim," rebati. "Não tenho doze anos. Sou uma graduada em gestão empresarial que quase teve uma cerimônia de diploma até seus inimigos arruinarem tudo."

Ele levantou as sobrancelhas. "Meus inimigos?"

"Sua existência inteira é um alvo ambulante!" Gesticulei para ele, furiosa. "Você atrai perigo como atrai... comentários sobre acne!"

Luca riu. "Ainda sensível sobre isso?"

Ah, vamos lá?

Me virei para encará-lo com raiva. "Foi uma semana hormonal, Luca. Uma! Você aparece todo cavaleiro-de-armadura-brilhante quando eu tinha dezesseis anos com uma espinha do tamanho da Cidade do Vaticano no meu queixo e teve a audácia de dizer, 'Isso constrói caráter.'" Imitei sua voz estupidamente profunda.

Ele levantou as mãos em rendição fingida, sorrindo. "E olha só—você ficou mais forte."

"Você tem sorte de não estar pendurado nesta varanda."

Houve uma longa pausa. A tensão entre nós se adensou como fumaça de veludo.

E então... mais suave, ele disse, "Você ficou linda, Andria."

Isso me paralisou.

Pisquei. Meu coração disparou. Me traiu completamente.

E então lembrei quem eu era.

Joguei o cabelo, levantei o queixo e disse, "Lisonja é fofinha, Luca. Mas não vai te salvar da guerra que estou planejando em seu nome."

Ele se inclinou mais perto, os lábios a poucos centímetros dos meus. "Já planejando minha queda, hein?"

Eu sorri. "Sempre planejo com antecedência. Me formei com honras, lembra?"

Então, virei nos calcanhares e entrei de volta, plenamente consciente dos olhos dele em minhas costas.

Eu lidaria com os Diablos.

Mas primeiro? Eu faria Luca Bianchi se arrepender de ter pensado que eu ainda era a garota que tinha uma queda por ele.

Luca Bianchi, preparei minha jaula de caçadora para ver se você consegue escapar vivo!

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