Capítulo 4 O melhor relacionamento
O garoto que estava falando de repente ficou quieto. Ele sentiu um olhar frio e penetrante fixar-se nele, como agulhas geladas perfurando a nuca, fazendo seus pelos se arrepiarem.
Talvez ele tivesse falado alto demais e perturbado o descanso de David. Ele rapidamente fechou a boca, mas os outros colegas não se calaram por causa dessa pequena interrupção.
Emily ainda não tinha vindo à reunião. Ela não sabia que, mesmo na sua ausência, as pessoas ainda falariam dela.
Enquanto todos relembravam, uma garota de repente falou: "Na verdade, ouvi dizer que a Emily pode ter morrido..."
A sala ficou em silêncio por um momento, mas então um garoto reagiu rapidamente.
"Morreu? Como? Quando?"
"Não é à toa que ninguém conseguia entrar em contato com ela, e ela nunca vinha a nenhuma reunião. Eu mandei mensagem para ela, mas nunca recebi resposta. Então é por isso..."
Quando alguém morre, o mundo inteiro começa a amá-lo.
"Pode ser verdade. Eu a vi há uns cinco ou seis anos, quando estava no hospital com meu parente idoso. A Emily estava tão magra, só pele e osso, mas a barriga dela estava enorme. Sim, exatamente assim..." A garota parecia triste. "Ela parecia tão sofrida."
"Deve ter sido um tumor, provavelmente terminal. Só de pensar nisso já é triste. Lembro que a família dela costumava ser rica. Como perderam todo o dinheiro de repente? Acho que ela não conseguiu lidar com toda aquela riqueza. Não acredito que não conseguimos alcançá-la todos esses anos porque ela já tinha ido embora. Lembro que o David ficou na casa dela por alguns meses..."
Todos olharam para David. A luz do lustre de cristal era fria e deslumbrante.
Sua expressão estava calma, seu rosto como uma escultura meticulosamente esculpida, sem mostrar emoção alguma.
Mas a taça de vinho em sua mão se quebrou sob seu aperto inconsciente, cacos de vidro afiados perfurando sua palma, e gotas de sangue carmesim rapidamente se espalharam pela mesa de mármore polido.
David sentiu vagamente a dor na palma, o calor pegajoso fazendo seus pensamentos ficarem turvos. Ele baixou os olhos indiferente e pegou seu casaco.
"Aconteceu uma coisa, preciso ir."
Com isso, David saiu da sala, ignorando todos os outros.
Mia observou suas costas, seu rosto lentamente escurecendo.
Por causa da partida dele, a sala caiu em silêncio novamente até que a garota que tinha falado antes falou devagar: "Falando nisso, vocês não ouviram um boato?"
"Que boato?"
"Sobre o David? Ele não tem muitos boatos, tem?"
"Estou falando da Emily! Três anos de ensino médio, dois de faculdade. Ouvi dizer que a Emily perseguiu o David até no exterior. Eles estavam namorando secretamente há cinco anos."
Todos ficaram boquiabertos com suas palavras, e o rosto de Mia ficou completamente sombrio, sua mão se fechando ao lado do corpo.
"Isso é algum tipo de piada? Emily? Aquela garota gordinha? Não tem como o David gostar de alguém como ela! Para de inventar coisas."
"Sim! Isso é sua fantasia? Se a Emily conseguiu ficar com o David, qualquer um de nós aqui poderia casar com ele."
Um garoto retrucou instintivamente, "Você não pode dizer isso. A Emily estava doente. No primeiro ano, ela não era gordinha; ela era alta e tinha a pele clara, e sempre falava gentilmente. Eu não sei o que aconteceu depois..."
"Honestamente, eu fiquei surpresa quando ouvi isso pela primeira vez. Se eles estavam juntos, William, você deveria saber, certo? Vocês são bons amigos." A garota olhou para William.
"Isso é muito forçado. Não me pergunte." William tossiu algumas vezes, sua expressão ficando estranha. "Mas, a Emily realmente morreu?"
Ouvindo isso, uma das fãs de David ficou animada, "Claro! Alguém acabou de dizer que a barriga da Emily estava enorme, e o corpo dela estava fraco. Ela deve estar morta! Caso contrário, ninguém conseguiria contatá-la todos esses anos."
Nos dias de hoje, e depois de tantos anos, qualquer rancor da escola deveria ter desaparecido.
"Não necessariamente. Talvez ela tenha feito algo vergonhoso e está se escondendo. Não deveríamos especular sobre ela." Mia mudou sua expressão e começou a interagir com todos novamente, trazendo a reunião de volta aos trilhos.
David saiu da cena, tentando ser discreto, e contatou seu agente para arranjar uma carona para casa. Embora seus olhos estivessem abertos, seus globos oculares tremiam violentamente.
Um canto do seu mundo havia sido inesperadamente destruído.
Suas emoções, geralmente estáveis, agora estavam em tumulto. Ouvir sobre a morte de Emily trouxe uma dor que não era física, mas um zumbido mais profundo e agudo, ressoando em seu crânio.
Mesmo tentando manter um exterior calmo, no espaço relativamente fechado do corredor, ele estava se quebrando centímetro por centímetro.
Virando um canto, ele esbarrou em alguém.
"Desculpe." A voz era suave, cabeça baixa, mas parecia familiar para David.
Vendo a figura cambalear, David rapidamente a ajudou a se levantar.
Lily instintivamente tentou agarrar algo e acabou segurando a gravata de David. Quando viu seu rosto, sua expressão ficou feia.
Será que a cidade é tão pequena assim? Ela encontrou David de novo.
Para evitar ser reconhecido, David simplesmente disse, "Desculpe," e saiu sem dizer mais nada, sua mente longe de Lily. Ele precisava se acalmar.
Lily pediu desculpas instintivamente, mas quando levantou a cabeça e encontrou seus olhos afiados e frios, seu sangue pareceu congelar, seus dedos tremendo incontrolavelmente.
Mesmo depois que ele saiu, Lily ficou parada ali.
Ela tinha acabado de sair para lidar com uma mancha em seu vestido, mas encontrou ele de novo.
Quanto tempo essa confusão duraria?
Olhando para baixo, Lily viu um prendedor de gravata masculino finamente trabalhado no chão.
Ela o pegou e instintivamente se virou para correr atrás de David, mas parou abruptamente após alguns passos.
O que ela estava fazendo? Eles não tinham mais nenhum relacionamento!
Não se reconhecer, não se perturbar, não se interferir—essa era a melhor relação...
