Capítulo 7 CAPÍTULO 007

POV DO ETHAN

Os lábios dela — Deus, ainda eram tão macios quanto eu lembrava. Como veludo embebido em mel. Era quase como se ela os tivesse guardado só para mim, como se estivesse guardando cada toque, cada beijo, para este exato momento.

Era a única coisa que passava pela minha cabeça enquanto eu continuava beijando Sofia.

O perfume dela enchia meus pulmões — doce, sedutor, viciante. O cabelo dela roçava na minha bochecha enquanto nossos corpos se moldavam um ao outro. A pele dela era suave como seda quente, e a maneira como ela se movia sob mim enviava faíscas por cada nervo do meu corpo.

Não era a primeira vez que eu estava abraçado com ela aqui, mas cada vez que sentia a pele dela contra a minha, vinha com uma sensação que eu não conseguia explicar.

Era algo a que eu não conseguia me acostumar até agora.

Eu não ia deixar nada atrapalhar. Nem arrependimento. Nem culpa. Nem Lauren.

As mãos de Sofia se moviam lentamente, deliberadamente, enquanto ela começava a desabotoar meu cinto, seus dedos roçando minha cintura com uma confiança provocante. Eu prendi a respiração, me entregando ao momento.

Mas justo quando a mão dela começou a deslizar para dentro das minhas calças, meu telefone vibrou na mesa ao nosso lado.

Ignorei a princípio. Apenas uma mensagem, presumi. Nada urgente. Mas então vibrou de novo — e de novo. O toque ficou mais alto, mais insistente. Não era apenas uma mensagem — era uma ligação.

Sofia soltou um suspiro irritado, seus lábios roçando meu pescoço. Levantei um dedo, sinalizando para ela esperar. Nossas testas se tocaram suavemente enquanto eu parava para recuperar o fôlego.

“Deixa pra lá, tá?” ela murmurou contra minha pele, tentando me puxar de volta para o momento. “Tenho certeza de que não é importante.”

Parte de mim queria concordar. Eu poderia facilmente deixar passar. Deixar o telefone tocar até parar. Mas eu não podia.

Por mais que eu quisesse ficar perdido nessa fantasia perfeita e confusa, a realidade tinha um jeito de se infiltrar. Eu tinha responsabilidades — coisas que não podiam ser ignoradas. Eu já conhecia o gosto da pobreza uma vez antes, e era amargo. Frio. Implacável. Eu prometi a mim mesmo que nunca voltaria para lá.

Então, mesmo agora, em um momento que deveria ser intocável, eu sabia melhor.

“O trabalho não pode esperar. Você sabe disso,” sussurrei, baixo o suficiente para ela ouvir.

Beijei sua têmpora gentilmente, depois me levantei do sofá onde estávamos entrelaçados. Caminhei até a mesa de centro e peguei meu telefone, ainda vibrando na minha mão.

Lauren.

O nome dela piscava na tela como um fantasma do passado. Minhas sobrancelhas se uniram instintivamente. O que ela estava fazendo me ligando? Especialmente depois da maneira como saiu furiosa mais cedo. Depois de tudo o que aconteceu aqui... depois de me pegar com Sofia.

Foi um engano? Ela queria ligar para outra pessoa?

Ou... ela já me perdoou?

Não. Isso não fazia sentido.

Lauren não era do tipo que ligava sem motivo — especialmente não depois de me ver com outra mulher. Uma mulher com quem a traí. E engravidei.

Engoli o nó que subia na minha garganta. Era algo sério? Ela estava machucada? Aconteceu algo com Elena?

Antes que eu pudesse tomar uma decisão, a ligação terminou. Fiquei olhando para o telefone na minha mão por mais um segundo, confuso.

Soltei um suspiro lento e apertado e esfreguei a nuca.

Atrás de mim, Sofia se sentou levemente, seus olhos se estreitando de curiosidade. “Tudo bem?” ela perguntou.

Eu podia sentir ela me observando, procurando rachaduras na minha expressão.

Não respondi imediatamente.

“Não sei,” murmurei, ainda olhando para a tela.

O quarto de repente ficou mais frio. A intimidade que acabamos de compartilhar já estava se transformando em algo diferente — uma inquietação que se instalou no meu peito.

"Quem era?" Sonia perguntou, a voz baixa mas afiada, cortando o momento como uma lâmina.

Eu limpei a garganta. Uma parte de mim queria ser honesto, dizer logo que era a Lauren. Mas de que adiantaria? Só estragaria o clima — o que estávamos construindo naquele quarto. Não havia necessidade de complicar as coisas.

"Não é ninguém," eu disse, forçando um pequeno sorriso. "Vamos voltar ao que estávamos fazendo, pode ser?"

Assim que estendi a mão para tocá-la novamente, meu telefone começou a tocar — pela segunda vez.

Eu congelei, a mão no ar.

O nome apareceu na tela novamente: Lauren.

Meu peito apertou enquanto eu olhava para o telefone. O que ela estava fazendo? Por que estava me ligando assim? Repetidamente?

Será que algo estava errado?

Ou isso era apenas o jeito dela de tentar me fazer sentir culpado novamente? Ela não disse uma palavra quando saiu furiosa mais cedo. Não conseguiu se confrontar comigo então. Mas agora, de repente, queria falar?

Meu silêncio não passou despercebido.

"Esse 'ninguém' não para de ligar para você," Sofia disse, a voz agora carregada de suspeita. "Quem é?"

Eu não respondi. Em vez disso, coloquei o telefone de volta na mesa virado para baixo e deixei tocar até parar. O som da vibração ecoou levemente pelo quarto, como se estivesse zombando de mim.

Ela vai deixar uma mensagem, eu disse a mim mesmo. Ou vai gritar comigo pessoalmente quando eu chegar em casa. De qualquer forma, este não era o momento ou lugar.

Ela não quis falar há alguns minutos — por que agora?

Virei as costas para o telefone e caminhei em direção à porta do escritório, a culpa borbulhando sob minha pele como uma queimadura lenta. Eu a reprimi. Tranquei a porta desta vez, certificando-me de que o clique ecoasse atrás de mim. Não podia me dar ao luxo de outra entrada surpresa. Minha secretária já tinha falhado uma vez — não deixaria isso acontecer novamente.

Não com o que eu estava prestes a fazer.

Virei-me de volta, sentindo o sorriso retornar aos meus lábios, sedutor e despreocupado. Deixei minhas calças caírem devagar, deixando o som metálico ecoar no silêncio. Elas caíram no chão com um baque. Uma fome profunda despertou em mim enquanto eu caminhava em direção a Sonia, o calor no meu olhar inconfundível.

Isso era o que eu queria. O que eu escolhi.

Sofia inclinou a cabeça ligeiramente, um olhar provocante nos olhos. Mas então sua mão subiu, pressionando gentilmente contra meu peito, me parando.

"Sem sexo," ela disse suavemente, "pelo menos por enquanto."

Eu pisquei. Suas palavras me atingiram como água fria, me despertando do desejo por um segundo.

"...O quê?" eu perguntei, atordoado.

Todo aquele acúmulo, toda aquela tensão, e agora ela estava se afastando?

O desejo que me consumia há poucos momentos se dissipou, e eu instintivamente me virei, me abaixando para pegar minhas calças.

Mas assim que me abaixei, Sofia estendeu a mão e segurou meu pulso.

"Não significa que não podemos fazer outra coisa," ela disse, a voz baixa, sensual.

Eu pausei, confuso por meio segundo — até que ela me puxou suavemente para ela e deslizou os dedos até minha cueca.

Então eu entendi exatamente o que ela queria dizer.

Minha respiração ficou presa na garganta. O ar entre nós se tornou denso instantaneamente, carregado com um tipo diferente de eletricidade.

Ela sorriu levemente, os olhos fixos nos meus, e eu senti minha tensão derreter em antecipação mais uma vez. Quaisquer que fossem as regras que ela estava estabelecendo, eu estava disposto a jogar junto — contanto que isso significasse que eu não precisaria pensar no telefone ainda vibrando no fundo da minha mente.

Ela puxou minha cueca para baixo e eu fechei os olhos, pronto para abraçar o prazer que ela estava prestes a me dar.

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