6. Não concordo

Aneska mexeu as pálpebras quando a luz forte perturbou seu sono. Lentamente, a garota abriu os olhos, e a luz do sol que entrava pela janela a saudou. Ela desviou o olhar enquanto se movia, seu corpo estava dolorido por ter dormido sentada, com uma mão no colchão. A testa de Aneska se franziu, lembrando-se do que aconteceu antes de ir para a cama.

Os ombros, o pescoço e as costas de Aneska estavam doloridos. Edwin não soltou a mão de Aneska na noite passada depois de segurá-la, e a garota adormeceu ali, sentada no tapete de veludo, com um braço levantado e a cabeça apoiada no braço dele. Mesmo que Aneska estivesse acostumada, ainda doía. Esqueça a dor quase por todo o corpo de Aneska, a cama agora estava vazia. A garota se levantou e procurou a figura do dono do quarto. Na cama, havia apenas um tubo de soro que tinha sido removido.

"O que você está procurando?" Uma voz profunda e rouca à frente de Aneska interrompeu a garota que parecia um pouco apavorada.

Edwin estava de pé perto da janela, Aneska não tinha notado. O homem colocou as mãos nos bolsos da calça, olhando friamente para a garota que se aproximava.

"Você está bem?" Aneska perguntou.

O homem não respondeu, apenas desviou o olhar e ficou em silêncio novamente. Aneska notou que Edwin parecia bem, mas não tinha certeza porque o ferimento no estômago do homem não era leve.

"Estou bem, você pode ir," a voz de Edwin voltou e mandou Aneska embora, mas a garota permaneceu em silêncio.

"Não tenho certeza. Seu ferimento—" Aneska imediatamente se calou quando o olhar afiado de Edwin caiu sobre ela. "Ok, eu vou sair."

"É melhor você ficar quieta." A voz fria parou Aneska perto da porta do quarto de Edwin e estava prestes a sair. "Se quiser ficar segura," continuou o homem.

Silêncio, Aneska ficou um pouco distraída, então se virou.

"Você acha que estou aqui por vontade própria? Não, Jovem Mestre. Eu nem sei por que estou aqui. Se você não gosta, apenas diga ao seu pai e peça para ele me levar para casa," acrescentou Aneska, então abriu a porta e deixou Edwin onde estava.

O homem olhou para a porta do seu quarto sem expressão, mas seu olhar afiado implicava algo.

Aneska decidiu tomar um banho. Edwin irritou Aneska pela manhã, e fez a garota falar sozinha no banheiro enquanto tomava banho, desabafando sua frustração.

"Eu cuidei dele, mas nem um obrigado, ele é humano ou demônio? Que irritante."

Aneska não entende por que tem que encontrar uma figura fria como Edwin. A garota respirou fundo e decidiu terminar seu banho matinal, trocar de roupa e se preparar para sair. Aneska estava determinada a obter uma explicação do homem que era o grande mestre da casa.

A casa estava quieta, mesmo durante o dia. Aneska olhou para a direita e para a esquerda para se certificar de que havia alguém ali, ou um empregado para que pudesse perguntar como encontrar o grande mestre deles. No entanto, os passos de Aneska pararam novamente quando ela estava na sala de estar que estava ligada à sala de jantar. Não só o café da manhã estava servido na mesa de jantar, mas a aura negra emanando de Edwin fez Aneska relutar em se aproximar.

"Sente-se, quero conversar," disse o homem, impedindo Aneska de sair.

"Eu não acho que seja necessário. Não há nada que eu queira falar com você," respondeu Aneska em um tom ríspido.

"Você não quer sair daqui? Eu posso te tirar."

As palavras do homem conseguiram fazer Aneska se virar, mas permaneceu em silêncio considerando a oferta de Edwin que a observava da mesa de jantar.

"Ok." Aneska concordou e caminhou em direção à mesa de jantar para se juntar ao café da manhã.

Edwin não disse nada, apenas apreciava uma xícara de café em silêncio, e Aneska também, embora houvesse muitas perguntas em sua mente.

Havia sanduíches na mesa, e Aneska pegou um para o café da manhã, encheu o estômago para não ficar com fome mais tarde, e serviu-se de um copo de suco de laranja, mas a atenção da garota estava focada na xícara de Edwin.

"O que foi?" O homem notou o olhar de Aneska.

"Ah, nada. Seus ferimentos estão bem?" Aneska perguntou enquanto dava uma mordida no sanduíche.

"Sim," respondeu Edwin brevemente.

Eles ainda eram estranhos, mas um pouco de interação não seria um problema, certo? Aneska apenas acenou com a cabeça, sentindo-se duvidosa sobre a resposta do homem porque ela sabia a extensão do ferimento no estômago de Edwin.

"Não se mova muito, ou os pontos vão abrir de novo, você vai sentir dor, e—" Aneska se calou, mordendo o lábio quando Edwin olhou para ela friamente.

Tentando evitá-lo e apenas focar no café da manhã, Aneska sempre permanecia em silêncio quando via o olhar frio e impassível do homem.

"Você é médica?"

A garota tossiu ao ouvir a pergunta de Edwin, e o homem lhe entregou um copo de água. A garota pensou que Edwin não gostava de pessoas que falavam muito ou algo assim.

Depois de se acalmar e limpar os lábios com um guardanapo, Aneska olhou de volta para Edwin. Por algum motivo, a garota sempre queria ver o rosto frio e impassível de Edwin, embora isso sempre a deixasse em silêncio por um momento.

"Sim. Eu estudei medicina em segredo," admitiu Aneska.

Edwin olhou para ela confuso.

"Você não precisa saber," disse a garota, desviando o olhar.

"Então, qual é o seu nome?" A pergunta de Edwin novamente fez Aneska olhar para ele e ficar em silêncio por um momento.

"Aneska, você pode me chamar assim," respondeu Aneska, olhando para os pedaços restantes do seu sanduíche.

"Ok, Aneska, cuide disso."

O rosto da garota se levantou quando Edwin apenas desviou o olhar, depois saiu após dizer isso, deixando a garota sem palavras, incrédula.

Edwin disse para ela limpar a mesa?

"Eu não sou empregada, droga," resmungou a garota enquanto olhava irritada na direção em que Edwin havia desaparecido.

Mesmo assim, Aneska ainda fez isso. A experiência de viver de forma independente no exterior acaba tendo suas vantagens também. Mas isso não significa que ela seja digna de ser uma serva.

Depois do café da manhã, Aneska passou o tempo em seu quarto sem prestar atenção ao jovem mestre que era dono da casa. A garota ponderou por um longo tempo na cama queen-size, que era bastante espaçosa e magnífica para Aneska, que estava acostumada a viver de forma simples.

Antes de Aneska deixar a casa de seus pais adotivos, eles disseram que se Aneska fosse e se tornasse a esposa do jovem mestre, seria mais fácil para ela descobrir quem matou sua família biológica muitos anos atrás. A dor e o desejo de Aneska de saber o que aconteceu naquela época a encheram de raiva. Mas há momentos em que a garota esquece tudo. No entanto, os pais adotivos de Aneska só trouxeram o assunto à tona depois que a garota voltou.

"O que isso significa?" Aneska perguntou a si mesma. "É impossível que seja apenas para me persuadir a substituir Anevay que deveria estar aqui. Quanto eles sabem sobre o incidente?"

Pessoas ricas, ou até mesmo bilionários, podem fazer tudo com dinheiro. Aneska nunca pensou em investigar a tragédia gastando algum dinheiro. Todo esse tempo, Aneska tem pesquisado secretamente e aprimorado suas habilidades para que um dia possa enfrentar uma realidade que não corresponda às suas expectativas.

Toda a reflexão de Aneska foi interrompida quando alguém bateu na porta do lado de fora do seu quarto. A garota saiu da cama e caminhou até a porta para ver quem estava chegando.

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