8. Quem sou eu aqui?
Um criado se aproximou da sala de estar para informar seu patrão que o almoço estava pronto.
Alendra acenou com a cabeça e disse ao criado para sair imediatamente.
Colocando o tablet de volta na mesa, Alendra tirou os óculos de leitura que estavam sobre seu nariz afilado, e então seu olhar se voltou para Aneska.
"Eu a convido para almoçar conosco. Vamos," disse Alendra.
No entanto, Aneska permaneceu em silêncio, olhando fixamente para Edwin. Não sabia a quem deveria obedecer, Alendra ou Edwin.
"Está bem, então. Eu a espero na mesa de jantar. Edwin, leve Aneska," disse Alendra ao seu filho, que não respondeu.
Depois de dizer isso, Alendra saiu da sala de estar e foi para a sala de jantar para almoçar.
Aneska olhou novamente para Edwin. No entanto, não houve movimento do homem, que continuava a olhar para frente.
"Vamos. Meu pai a convidou para almoçar," disse Edwin finalmente.
Infelizmente, Aneska estava cheia de dúvidas. A garota escolheu ficar no sofá. Seus olhos se moviam inquietos. Em um lugar estranho e envolvida em uma leve disputa entre pai e filho, Aneska ficou um pouco ansiosa.
A garota levantou a cabeça imediatamente quando a mão forte se estendeu, e olhou para cima para ver o que Edwin estava fazendo.
"Eu a levarei para casa mais tarde. Mas agora você precisa me ajudar," disse Edwin sem tirar os olhos de Aneska, que ainda estava sentada no sofá.
Não aceitando as mentiras que brilhavam nos olhos de Edwin, Aneska pegou a mão do homem e se levantou de seu assento para aceitar o convite de Alendra para almoçar.
Depois de pegar a mão de Edwin, Aneska não conseguiu soltá-la. A aura fria na casa principal a deixava desconfortável. Estranhamente, Edwin não soltou a mão de Aneska e os dois caminharam em direção à sala de jantar.
Em sua mente, Aneska se perguntava o que havia de errado com a atitude ligeiramente mudada de Edwin. Aneska sabia que Edwin não se importava com ela, mas agora a atitude do homem estava um pouco melhor.
Chegando à magnífica sala de jantar, Aneska sentou-se em uma cadeira conforme as instruções de Edwin. Alendra já havia começado a comer a comida servida na mesa e sorriu levemente com a atitude de seu filho.
"Coma o que quiser," disse Edwin a Aneska sem servi-la.
Aneska ficou confusa com toda a comida. Muitas coisas pareciam deliciosas, mas Aneska lembrava que precisava se comportar na grande casa, caso contrário, haveria problemas.
Os três almoçaram em silêncio, o único som era o das colheres e garfos batendo contra os pratos de cerâmica branca à sua frente. Ocasionalmente, Aneska notava a atitude calma de Edwin e Alendra enquanto comiam.
"Terminei," disse Alendra depois de um tempo, limpando os lábios com um guardanapo.
Aneska ficou em silêncio por um momento. Alendra empurrou a cadeira em que estava sentado e se levantou.
"Por favor, coma o quanto quiser, Aneska," disse Alendra gentilmente, mas Aneska achou o homem estranho.
Alendra se virou para Edwin sem mudar sua atitude amigável.
"Quero falar com você. Então venha ao escritório depois de comer," disse Alendra em um tom inegavelmente autoritário.
Edwin não respondeu, então Alendra saiu dali depois de encarar Aneska por um momento.
A garota suspirou depois que Alendra saiu. Edwin ainda estava comendo sua comida. Ninguém mais falou entre eles, e Aneska continuou a comer.
Pouco depois, Edwin saiu sem se despedir, deixando Aneska sozinha e confusa na mesa de jantar.
"Também estou cheia," murmurou Aneska enquanto olhava fixamente para a comida na mesa.
Aneska não entendia a atitude do pai e do filho, que podiam ser amigos por um momento e depois se tornarem frios novamente. O que Aneska não entendia cada vez mais era a atitude de Edwin. O que há de errado com esse cara?
"Quem sou eu aqui?" Aneska lamentava que seu destino agora fosse incerto. Sentindo-se uma pária e uma estranha em seu próprio país, na cidade onde nasceu.
Decidindo sair também, Aneska encontrou Julie, uma criada que havia levado Aneska à casa de Edwin ontem.
"Olá, senhorita. Vou acompanhá-la enquanto o Jovem Mestre está com o Velho Mestre," disse Julie sem olhar para Aneska.
Aneska respirou fundo, sentindo-se insegura sobre o que iria fazer e o que sua presença na casa significava, além de ser uma estranha com status desconhecido.
"Quero voltar para o meu quarto," disse Aneska depois.
Mas Julie ficou em silêncio.
"Desculpe, senhorita, mas você tem que voltar com o Jovem Mestre Edwin, - a menos que o Jovem Mestre não esteja lá, eu a levarei, senhorita," explicou Julie.
Mais uma vez Aneska suspirou.
Havia muitas coisas interessantes na grande casa, mas por algum motivo, Aneska não estava interessada em nada além de querer voltar para o seu quarto e dormir. Este lugar não é mais do que uma prisão, pensou Aneska.
Mesmo assim, no final, Aneska decidiu dar uma volta. Julie disse que estava tudo bem dar uma volta no parque. Em vez de ficar entediada esperando, Aneska saiu de casa e aproveitou a tarde quente, mas ventosa.
Além disso, havia muitas outras coisas interessantes. O jardim de flores era bastante grande, com cadeiras e mesas, além de balanços artificiais, um lago de peixes, árvores e flores que estavam bem arrumadas e cuidadas. Havia muita cor naquele quintal.
"Posso te perguntar uma coisa?" Aneska perguntou a Julie, que a seguia.
"Sim, senhorita," respondeu a mulher rigidamente.
Aneska acenou brevemente com a cabeça.
"A mãe de Edwin, como ela é?" Aneska perguntou, de repente querendo saber sobre a mulher que era a mãe de Edwin.
Havia uma pequena esperança no coração de Aneska em relação à mulher que ela conheceria amanhã, - se Edwin ou Alendra pedissem para Aneska se apresentar à mulher.
Antes que Julie respondesse, a atenção de Aneska foi desviada pela chegada de Edwin por trás de Julie. A criada imediatamente se moveu para o lado, olhando para baixo.
Edwin parou a três passos de Aneska, que olhou para ele. A garota percebeu que era apenas tão alta quanto o ombro de Edwin.
"Eu estava entediada, então saí um pouco. Se você estiver ocupado, não precisa me procurar. Posso ir para casa sozinha," disse Aneska sem esperar que Edwin dissesse algo.
No entanto, Edwin ficou em silêncio, olhando diretamente para Aneska, o que fez a garota ficar um pouco envergonhada.
"O-o que foi?" Aneska gaguejou, desconfortável por ser encarada assim por Edwin.
"Há algo que quero falar com você. Venha comigo," disse Edwin, então virou o rosto de Aneska, que ficou atônita com a atitude de Edwin.
Aneska apressou-se a seguir Edwin, que entrou na casa dos fundos, a casa do homem. Edwin não parou na sala de estar, na sala de visitas ou no seu quarto, e entrou no seu escritório. Aneska, que o seguia, parou em frente ao cômodo. A memória de Aneska voltou ao incidente da noite passada, onde deveria haver sangue no chão do quarto, mas agora parecia limpo.






















































