Epilouge
Dimitri
Minha raiva, em vez de esfriar, ficou mais afiada. Ela me chamou de prisão. Ela não entendia a profundidade da minha reivindicação, o vínculo puro e inegável que aquela noite havia forjado. Ela achava que eu era apenas um estranho poderoso qualquer. Era hora de arrancar o último vestígio de sua ignorância. Para fazê-la entender. Eu a agarrei, prendendo-a contra a parede. Estava tão perto, inclinei-me para baixo.
"Você quer saber quem eu sou, Ava?" Minha voz baixou, perigosa, forçando-a a ouvir.
"Você quer saber por que eu tenho o direito?"
Ela olhou para mim, seus olhos desafiantes e furiosos, e manteve o olhar fixo no meu.
"Porque eu sou o homem para quem você veio naquela noite," eu sussurrei, as palavras cortando o ar como arame farpado.
"Aquele para quem você vendeu sua honra por aqueles $100,000. Eu fui quem comprou. Eu fui quem te deu o dinheiro para sua mãe. Eu fui quem você sacrificou tudo."
As palavras caíram como um golpe físico. Seus olhos se arregalaram, perdendo o fogo desafiador, substituído por puro, nauseante horror. A cor drenou de seu rosto, deixando-o pálido. Sua boca se abriu, mas nenhum som saiu. Ela estava reconhecendo. Minha voz, minha presença. O contexto daquela noite.
"Sim, Ava," eu continuei, pressionando a vantagem, deixando a verdade cravar suas garras nela. "Fui eu. O homem que viu seu desespero, sua coragem. O homem que te deu o dinheiro e então assistiu enquanto você lutava, perdia e reconstruía sua vida. Eu venho te observando desde então. Protegendo você. Consertando seus problemas. Porque naquela noite, você se tornou minha."
Suas pernas pareceram fraquejar, e ela deslizou pela parede, afundando no chão, seus olhos fixos em mim, agora preenchidos por uma mistura esmagadora de vergonha, traição e absoluto terror. A luta havia sido drenada dela, substituída por devastação total. Eu recuei e olhei para ela.
"Leo," eu rosnei no meu comunicador, minha voz agora calma, fria novamente. O surto imediato de raiva havia diminuído, substituído por uma clareza gelada.
"Alex Vance. O homem que acabou de sair do apartamento dela. Quero que ele seja tratado. Sutilmente. Nada de violência. Uma transferência. Uma oportunidade de carreira súbita e inevitável fora de Axton. Bem longe. Faça parecer uma promoção que ele não pode recusar. E quero isso feito até de manhã."
"Entendido, senhor," a voz de Leo voltou, eficiente e imperturbável. Ele sabia o que "tratado" significava. Ele entendia que meus desejos pessoais superavam todas as outras regras.
Olhei para baixo, para Ava, desmoronada no chão. Sua revelação estava completa. O véu foi rasgado. Meu passado com ela, minha obsessão, minha reivindicação possessiva—tudo estava exposto. A confrontação foi bagunçada, dolorosa, mas necessária. Ela precisava entender a profundidade de seu envolvimento.
"Você está sob minha proteção agora, Ava," eu afirmei novamente, mas desta vez não era um aviso; era uma declaração de posse absoluta.
"E você vai continuar assim. Você não vai tentar sair de Axton. Você não vai procurar... outra companhia." Meu olhar varreu sobre ela, tomando sua forma desmoronada.
"Sua vida, sua segurança, é minha preocupação agora, e se outro homem tocar em você, o destino dele será sua culpa."
Eu podia ver o leve tremor em seu corpo. A resistência poderia voltar depois, mas por enquanto, ela estava completamente quebrada. Ela me odiava. Eu podia ver isso. Mas o ódio também era um vínculo poderoso. Era algo com que trabalhar.
Dei uma última olhada nela, sua pequena forma trêmula contra a parede. O apartamento agora parecia uma prisão, mas era minha prisão, sua gaiola dourada. E eu era o único com a chave. Virei e saí, deixando-a no horror silencioso de sua nova, completamente exposta realidade. O drama estava apenas começando.










































































































































































