Capítulo 2
Eu estava indo para casa mais cedo depois do almoço, pois precisava comprar alguns mantimentos e produtos de limpeza. Estava a caminho da loja e vi a vovó.
"Vovó!", chamei. Ela se virou para ver quem estava chamando. Seu olhar caiu sobre mim.
"Aria, é você querida?", ela perguntou.
"Sim, sou eu, vovó", respondi.
"Fazendo compras?", ela perguntou.
"Sim, você gostaria de me acompanhar?", perguntei.
"Claro, querida", ela respondeu com um sorriso.
Fomos juntas até a loja e nos separamos para comprar o que precisávamos. Quando terminamos, nos encontramos no caixa para pagar. Terminamos de pagar e saímos da loja.
"Vovó, por que você não vem para casa comigo por um tempo?", sugeri.
"Claro, vamos lá. Tenho um tempo antes de ir para o castelo. Como estão seus pais? Faz tempo que não os vejo", ela perguntou.
"Estão bem, vovó, só estão ocupados no campo. Senti muito a sua falta. Faz um mês desde a última vez que te vi", respondi.
"Tenho estado ocupada no castelo ultimamente", ela acrescentou.
Apenas assenti, sabendo o quanto ela tinha que aguentar como chefe das empregadas no castelo.
Fomos para casa em silêncio, pois não podíamos falar muito fora de casa. Quando chegamos, destranquei a porta e a deixei entrar, pedindo para ela se sentar. Fui para a cozinha preparar um pouco de chá.
Voltei para a sala com o chá de capim-limão favorito da vovó e um prato de biscoitos para acompanhar. Colocando a bandeja na mesa, ofereci uma xícara de chá para ela, pegando outra para mim. A vovó tomou um gole de chá e seu rosto se iluminou.
"Você lembrou do meu chá favorito!", ela exclamou surpresa.
"Sim, eu lembro dos seus favoritos. Afinal, você é minha avó, eu e Blair te amamos muito", disse.
Quando terminamos o chá e os lanches, quis perguntar à vovó sobre as coisas no castelo.
"Como estão as coisas no palácio?", perguntei.
"As coisas estão indo bem lá. Estamos sempre tentando manter as crianças presas em boa saúde, os guardas estão nos ajudando. Todas as pessoas já tiveram o suficiente, pois o rei trata todos mal. Ele já causou danos mais do que suficientes ao nosso reino. Ainda estamos tentando descobrir onde o 'Rei e a Rainha' desapareceram", ela explicou.
Isso me fez ficar vermelha de raiva, enquanto minhas mãos se fechavam em punhos tão apertados que meus nós dos dedos estavam ficando brancos. Eu não sabia que estava tão zangada. Só percebi quando a vovó segurou meus punhos cerrados.
"Calma, Aria", ela pediu.
Instantaneamente tentei me acalmar, respirando fundo.
Eu estava calma agora e decidi me desculpar pelo meu comportamento.
"Sinto muito que você tenha me visto assim, tão zangada. Eu deveria ter controlado melhor minhas emoções. Não sei por quê, mas até ouvir o nome do rei me incomoda", expliquei para ela.
"Está tudo bem, querida. Eu preciso ir agora, tenho algumas tarefas a fazer", ela concluiu.
"Obrigada por ter vindo, vovó", falei enquanto ela se levantava e juntava suas coisas para ir embora.
"Tchau, tenha um bom dia", despedi-me.
"Você também, querida. Até a próxima", acrescentou a vovó.
Acenei para ela até que estivesse fora de vista. Entrei e decidi cortar os legumes para tirar minha mente da nossa conversa.
Nem percebi quando meus pais chegaram. Estava ocupada preparando a comida. Tentei esquecer as coisas, me animando. Estava quase terminando quando meus pais vieram para comer.
"Oi, mãe, quando você e o papai chegaram em casa?", perguntei.
"Você estava feliz cozinhando para nós quando chegamos, então não quisemos interromper. Você encontrou a vovó hoje? Parece tão feliz", ela perguntou.
"Sim, mãe, encontrei. Nos encontramos perto da mercearia. Até a convidei para tomar chá e tivemos uma tarde maravilhosa", respondi.
"Que bom ouvir isso. Vamos comer, estou morrendo de fome", insistiu minha mãe.
"Sim, vá em frente, mãe."
Jantamos conversando sobre o nosso dia.
Fiquei deitada na cama, bem acordada. Estava esperando que as pessoas da cidade fossem dormir. Queria sair escondida para minha prática diária o mais rápido possível.
Já eram 23h30 e havia um apagão e silêncio ao redor. Achando que era a hora, rapidamente me preparei e pulei pela janela. Fui para o nosso local onde praticávamos regularmente. Mas Blair não estava lá. Era tão incomum ela se atrasar, pois sempre chegava antes do horário. Decidi esperar por ela e me sentei na grama, olhando a bela vista do céu estrelado acompanhado por uma brisa fresca da noite. Era revigorante apenas sentar e olhar para o céu, eu estava em paz.
Passou um bom tempo, mas ainda não a vi. Estava preocupada se algo tinha acontecido com ela. Fiquei de olho nos arredores e algo fora do comum chamou minha atenção. Vi um movimento perto da fronteira dos vampiros. As figuras estavam se aproximando em alta velocidade. Num piscar de olhos, estavam no perímetro.
Meu coração batia acelerado de ansiedade quando vi dois vampiros olhando na minha direção. Estava nervosa demais para encará-los e olhei ao redor novamente em busca de qualquer sinal de Blair. Ela não estava em lugar nenhum.

































