Home Sweet Home

Emily e Joe entraram em uma cabana aconchegante de um quarto que exalava charme rústico. Ao entrarem, foram recebidos pelo calor da lareira central, junto com um pequeno fogão a lenha que contribuía para a atmosfera acolhedora do ambiente. Uma mesa e cadeiras completavam o cenário, adornadas com uma lamparina a óleo que tremeluzia na brisa suave que passava pelas janelas abertas. As paredes estavam decoradas com cenas pitorescas da natureza, e Emily não pôde deixar de comentar sobre o apelo convidativo da cabana. "Tem um certo charme caseiro, não tem?" disse ela, com os olhos brilhando de admiração.

Joe riu levemente, "Assim como minha poltrona e TV em casa." Seu humor lançou um clima descontraído sobre o ambiente, mas Emily sentiu que por trás de sua brincadeira havia um toque de frustração. Enquanto Emily perambulava pelo pequeno quarto adjacente, descobriu uma cama rústica ladeada por duas mesas de cabeceira, cada uma com uma vela que tremeluzia suavemente nas sombras. Joe a seguiu até o quarto, e Emily comentou com um tom brincalhão, "Pelo menos podemos dormir juntos." Mas a resposta de Joe foi imediata e preocupada. "Precisamos sair daqui."

Os pensamentos de Emily dispararam. Será que isso realmente tinha a ver com a cabana? Ou era o medo dele da intimidade emocional que ela buscava? No fundo, ela sentia a dor familiar de sempre estar sozinha para lidar com seus problemas enquanto Joe se concentrava principalmente no trabalho, muitas vezes deixando-a preencher o silêncio de sua casa. "Amor, não é tão ruim assim," disse ela suavemente, tentando tranquilizá-lo enquanto seus pensamentos giravam em sua mente. Ela podia sentir o peso das reservas dele sobre tudo o que haviam deixado para trás, mas sua esperança era criar um momento de conexão naquela cabana.

De repente, o som de um sino distante interrompeu suas contemplações, fazendo ambos pularem. Eles trocaram olhares curiosos antes de saírem, onde uma corrente de pessoas emergia de suas próprias cabanas e subia a estrada vinda dos campos de vegetais. Os moradores acenavam alegremente, e uma voz chamou convidativa, "Venham almoçar!" Os instintos protetores de Joe entraram em ação enquanto se aproximavam da reunião ao redor de uma grande fogueira. Ele acelerou o passo, expressando suas preocupações sobre a súbita chegada de estranhos. No entanto, ele seguiu Emily para descobrir o que os aguardava.

Quando chegaram à área comum, o casal foi recebido por um jovem alto e robusto cujas feições marcantes capturaram imediatamente a atenção de Emily. Seus olhos profundos tinham uma intensidade cativante, e seu porte musculoso irradiava confiança.

"Oi, eu sou Lucas, o caçador da cidade, e serei seu guia amanhã," ele se apresentou, com um sorriso encantador. Lucas perguntou, "Como vocês estão gostando da cidade até agora?" "Eu sou Joe," respondeu Joe, tentando manter uma postura firme. "Está ok, e prazer em conhecê-lo." No entanto, no momento em que Lucas voltou sua atenção para Emily, Joe pôde sentir as vibrações de competição no ar. Emily, igualmente encantada, mal conseguia conter seus pensamentos enquanto admirava o físico impressionante de Lucas. Ela sentiu uma faísca de desejo, uma emoção que não experimentava há muito tempo. "É ótimo! Estou adorando a cidade," conseguiu dizer, com a voz mais doce do que pretendia. Emily sentiu uma onda de excitação ao olhar nos olhos dele. A maneira como seus músculos se flexionavam sob a camisa despertava um desejo inegável dentro dela. Seu coração acelerou, e ela podia sentir um calor se espalhando por seu corpo. Lucas, indiferente à presença de Joe, manteve seu olhar por um segundo a mais, uma tensão invisível crepitando no ar. O instinto de Joe, protetor e ligeiramente possessivo, despertou dentro dele. "Vamos pegar um pouco de comida," ele interveio, o comando disfarçado na casualidade de seu tom.

Enquanto o casal se dirigia para se juntar aos outros, a dinâmica entre eles mudou. Com Lucas pairando ao fundo, enquanto compartilhavam o almoço com os habitantes da cidade, o ar se encheu de risadas e do aroma de comida farta, Emily e Joe sentiram a percepção crescente de que aquela cidade era mais do que apenas uma cidade no meio do nada—poderia redefinir completamente seu relacionamento, permitindo que novas conexões florescessem enquanto enfrentavam as complexidades de seu vínculo, exatamente como a natureza pretendia.

Eles se encontraram sentados em um tronco envelhecido, um assento improvisado no meio da cidade, onde o aroma de pinho se misturava com o doce perfume das flores silvestres em flor. Enquanto conversavam descontraidamente, suas risadas ecoavam entre as árvores, criando um casulo caloroso de camaradagem que os envolvia. No entanto, apesar da conversa casual entre eles, os pensamentos de Emily vagavam para outro lugar; seu olhar frequentemente se dirigia ao galpão de lenha, onde Lucas cortava madeira com movimentos rítmicos. Ele era a personificação do charme do verão—sua velha camiseta justa moldava seu corpo, e o jeans desbotado que usava acentuava seu físico forte. A cada golpe do machado, o coração de Emily acelerava, uma atração lenta e ardente se acendendo dentro dela. O som da madeira se partindo era quase hipnótico, cada estalo ressoando dentro dela e amplificando um desejo primal que ela tentava suprimir. Ela se pegava não apenas observando, mas genuinamente desejando-o, pontuado pelo calor intenso de seu desejo. Até aquele momento, ela poderia ter descartado esses sentimentos como mera paixão, mas agora, eles pareciam intensamente reais.

Pensamentos de Lucas giravam em sua mente, entrelaçando-se com fantasias que a deixavam sem fôlego. Ela imaginava o calor do corpo dele pressionando contra o dela, a energia bruta que surgia entre eles enquanto ele se aproximava. A cada golpe do machado, Emily o imaginava, forte e dominante, realizando seus sonhos mais selvagens. As visões se tornavam mais ousadas, cada uma mais tentadora que a anterior, até que ela quase podia sentir o peso dele, suspenso tantalizantemente perto. "Emily, você está me ouvindo?" A voz de Joe a tirou de seu devaneio, carregada de preocupação. Ela piscou, focando novamente em Joe, embora seu coração ainda batesse forte com as imagens de Lucas que preenchiam sua mente.

"Sim, só... perdida em pensamentos," ela conseguiu dizer, forçando um sorriso para mascarar o turbilhão interior. Ela voltou seu olhar para o galpão de lenha, incapaz de resistir ao magnetismo que Lucas exercia sobre seus sentidos. Joe continuou conversando com os moradores da cidade, mas Emily estava a quilômetros de distância. Ela não podia deixar de pensar em como seria atravessar a distância entre fantasia e realidade. Como seria sentir a força de Lucas contra ela, perder-se na emoção do momento? Cada golpe do machado era um convite, um chamado de sereia para ceder aos desejos que sussurravam nas bordas de sua mente.

O dia avançava, pontuado por risadas e o tilintar de copos enquanto Joe, alheio ao fervor que crescia dentro de Emily, continuava a conversar, enquanto os pensamentos de Emily eram consumidos pela ideia de se afastar do comum e mergulhar nas profundezas de seus desejos. Joe, uma figura caracterizada por seu porte robusto e atitude direta, virou-se para Emily, sua voz baixa e cheia de preocupação. "Você está bem?" ele perguntou. A resposta de Emily foi um olhar vazio, seus olhos piscando com confusão, como se estivesse presa em uma teia de complexidades muito emaranhadas para serem expressas em palavras. A preocupação de Joe se transformou em irritação ao notar que a atenção dela estava fixa em Lucas, que estava a uma curta distância, irradiando uma aura de contemplação e incerteza.

Uma onda de impaciência surgiu dentro de Joe. Em uma mudança abrupta de tom, ele latiu, "Vamos. Vamos para a cama agora." Suas palavras ecoaram pela clareira, cortando o silêncio crescente como uma faca cortando a névoa. Com isso, Joe caminhou em direção ao galpão de lenha, seus ombros largos tensos e sua postura exageradamente assertiva. Ele queria se impor naquele momento, comunicar um comando não dito através de sua linguagem corporal e postura. Enquanto recolhia lenha, cada pedaço que levantava parecia mais pesado que o anterior, carregado com as frustrações que sentia em relação ao inexplicável domínio de Lucas sobre a atenção de Emily. A cada lasca de madeira que acumulava, lançava um olhar cada vez mais sinistro na direção de Lucas, uma mensagem não dita de desconfiança e desdém. Joe acreditava entender a dinâmica em jogo: o charme de Lucas, o calor que permanecia em sua presença, mas para Joe, era uma ameaça que ele se sentia compelido a neutralizar.

Finalmente, com a lenha empilhada, Joe se virou e caminhou em direção a Emily, que permanecia imóvel, alheia ao peso da tensão que os cercava. "Vamos," disse ele com um tom que não admitia discussão. Emily, percebendo a mudança no comportamento de Joe, o seguiu pela estrada até a cabana—uma resignação silenciosa se instalando sobre seus ombros enquanto ela obedecia. Enquanto se afastavam, Lucas ficou confuso, uma mistura de emoções girando em sua mente. Seus olhos se moviam entre as figuras que se afastavam de Joe e Emily, esta última observando-o sutilmente enquanto partiam. Foi um momento carregado de sentimentos não expressos, a conexão não reconhecida que pairava como fumaça no ar, vista apenas nos olhares fugazes trocados no crepúsculo.

Lucas sentiu uma pontada de impotência, lutando com a incerteza do que acabara de acontecer. Sem que Emily soubesse, sua presença havia despertado algo dentro dela, uma conexão que começava a surgir sob a superfície. Mas Joe, com seus instintos protetores ferozes, notara a faísca e estava determinado a extingui-la, considerando-a um risco que preferia não correr.

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