Capítulo 4 - Eu sabia que você era um problema, parte 1

"Com o gosto dos seus lábios, estou em uma viagem

Você é tóxica, estou escorregando

Com o gosto de um paraíso venenoso

Estou viciado em você

Você não sabe que é tóxica?

E eu amo o que você faz

Você não sabe que é tóxica?"

Britney Spears - Toxic

Capítulo 4 - I Knew You Were Trouble

O tempo havia mudado desde o velório de Jebe até o momento em que saí do escritório, passamos de dias chuvosos para uma tarde abafada, as ruas estavam lotadas quando saí do Central Park. Cuido para desviar de algumas pessoas enquanto caminho em direção ao meu apartamento, ou melhor, ex-apartamento. O apartamento 54 do prédio 54 na 54th Street tinha sido meu refúgio, minha casa de bonecas até que Jebe o deixou para Tessa. Jebe iria me pagar e eu já sabia como. Caminho em direção à minha cobertura, andando devagar pelas ruas movimentadas.

Assim que chego à porta da frente do prédio, vejo um rosto familiar, Arthur Fox, o mais novo advogado da empresa, está vestindo uma camisa polo vermelha e jeans apertados. As duas peças marcam seu corpo bem definido, de uma maneira que me faz salivar, ele olha para mim e sorri gentilmente.

"Senhorita Monroe, Patrick pediu para entregar isso." Ele fala, oferecendo-me um envelope de papel pardo, hesito em pegá-lo. "Não precisa ter medo, são as chaves do apartamento, os novos cartões dele e alguns papéis da empresa, a senhorita saiu antes que ele pudesse entregar." Ainda olho desconfiada quando pego o envelope.

"Obrigada, Sr. Fox." Agradeço friamente. "Se me der licença, preciso realizar minha desocupação." Digo ironicamente, começo a me dirigir ao elevador quando ouço uma risada.

"Prefiro você quando está sufocando, você fica linda quando sorri." Ouço o que ele diz e me viro sem graça.

"Desculpe, Arthur, não deveria tratá-lo assim." Sorrio sem jeito. "Você não tem culpa das mancadas do velho."

"Viu como o sorriso te deixa linda?" Sinto meu sorriso aumentar. "Ele sabia o que estava fazendo, aceite e dê o seu melhor, agora preciso aproveitar meu tempo livre." Ele comenta, caminhando em direção à porta.

"Obrigada pelo conselho e desculpe por atrapalhar seu tempo livre." Falo indo para o elevador. Arthur Fox até parece um cara legal, sem dúvida o colocaria na lista de possibilidades. Quando o elevador chega, entro e aperto o botão da cobertura, ele sobe rápido, e assim que para, ouço as vozes da minha mãe e das minhas duas melhores amigas.

"Uau, vocês são realmente rápidas." Digo ao ver algumas caixas fechadas. "Vocês empacotaram tudo isso?

"Minha filha, estamos apenas adiantando seu trabalho e bebendo um pouco do seu vinho." Minha mãe tem as bochechas avermelhadas enquanto coloca uma caixa no chão da sala onde Tessa, sentada no chão, sela uma por uma com fita adesiva.

"Te conhecemos bem, Ella, você é horrível para fazer esse tipo de coisa, e vale lembrar que só temos dois dias." Minha amiga sorri para mim. "Debbie já tirou as coisas de Jebe de lá, então o quarto que era dele estará livre para você.

"Espero que não se importe, eu escolhi para você." É Debbie entrando na sala com outra caixa que coloca ao lado de Tessa. "Temos apenas um dia para a mudança, na verdade, temos que trazer tudo da senhorita esquecida aqui.

"Eu tinha esquecido que preciso me mudar." Tessa me olha tristemente. "Jebe não transformou apenas a vida dele, eu amo meu ninho.

"Eu sei, eu também amo minha casa de bonecas." Faço beicinho enquanto me sento ao lado da minha amiga e nos abraçamos. "Ainda tem vinho?

"Toma, garota, você vai precisar." Debbie diz, me entregando a garrafa.


Passa das onze da noite quando finalmente terminamos de empacotar tudo. Foram necessárias uma dúzia de caixas, três garrafas de vinho e duas pizzas de margarita para terminar quase toda a minha mudança. Deixamos apenas os móveis que ficariam para Tessa.

Depois de todo o trabalho, as três acabaram adormecendo. Cuidadosamente, me levanto e vou tomar um banho, deixo a água fria escorrer pelo meu corpo enquanto penso na direção da minha vida a partir de hoje. De assistente pessoal a dona da maior revista do mundo, bem, uma das donas. O que Jebe deveria estar pensando quando decidiu me colocar como sua herdeira? Sem dúvida ele queria o melhor para mim e para a revista, se ele queria o melhor, então ele terá o melhor. Quando termino o banho, me troco e vou para a cama pela última vez na minha casa dos sonhos.

A manhã chega como uma mistura de vozes, café e carregadores. Quando acordo, metade das caixas já foi levada para o caminhão da transportadora e a outra metade está esperando para seguir o mesmo caminho. Minha mãe e Debbie dão ordens de algum lugar fora do apartamento enquanto Tessa toma café no balcão da cozinha.

"Bom dia, flor do dia." Tessa fala. "Tem café na cafeteira e muffin que sua mãe fez."

"Isso é golpe baixo, acordar com café fresco e muffin, só falta morango e chocolate."

"Tenho que dizer que tem e estão uma delícia." Sorrio para Tessa e vou até a cafeteira, pego uma xícara cheia de café e vou para o lado dela. "Animada?"

"Nem um pouco, não estou animada para ver a cara feia do John." Falo, tomando um bom gole de café.

"Ella, feia aquela cara não tem nada, mas o fato de ele ser um babaca tira um pouco da beleza." Tessa ri enquanto me observa. "Quem é realmente bonito é o Arthur, que além de ter um rosto lindo é gente boa."

"Eu sei, ontem ele estava aqui com uma polo que deixava pouco para a imaginação." Falo, rindo do olhar de espanto de Tessa.

"Aqui onde, Ella? Meu Deus, perdi isso? Que inveja." Ela ri, olhando para o carregador entrando para pegar a última caixa. "Aparentemente, chegou a hora de você se despedir."

"Nem brinca." Suspiro, bebendo todo o meu café de uma vez. "Tenho que roubar alguns muffins antes que minha mãe volte." Levanto, pego um saco de papel, coloco cinco bolinhos dentro e fecho bem na hora que minha mãe e Debbie entram. "Bom dia, lindas, tudo pronto para a Tessa se mudar para minha casa de bonecas?"

"Mais do que pronto, falando nisso, a mudança dela já está chegando e o quarto da cobertura já está com os móveis instalados." Debbie aponta. "John vai chegar ao apartamento esta tarde, então sugiro que você chegue antes."

"Vou tomar um banho e vou sair, mas acho que vou de pijama já que mandaram todas as minhas roupas embora." Falo em uma pose sexy, fazendo com que a camisa colorida que estou usando suba um pouco.

"Eu sugiro que você use o elevador direto para a garagem, ninguém precisa ver essa coxa sexy." Minha mãe ri. "Marilyn, até quando você vai usar essas coisas que essas modelos usam?"

"Até quando a Debbie fizer no tamanho extra G." Digo subindo até minha mãe e beijando-a na bochecha. "Minha linda, vou pegar minhas coisas e ir de uma vez, vocês mudaram tudo mesmo? Até aquela banheira da janela?" Digo lembrando da banheira que Jebe nunca usou que ficava em frente à janela de vidro do quarto.

"Essa não, só tiramos as coisas do Jebe e trocamos por novas, essa transportadora faz tudo e muito rápido." Diz Debbie sorrindo. Retorno o sorriso e vou para o quarto com o saco na mão, pego meu kit de sobrevivência nerd e coloco na bolsa. Coloco os saltos pretos que usei no dia anterior, vejo minha aparência antes de sair do quarto e vou me despedir da minha mãe e amigas. Assim que faço isso, pego a chave do carro e vou para o elevador apertando o botão da garagem. Olho para mim no espelho do elevador e sorrio para meu reflexo, meu cabelo está bagunçado, os shorts muito curtos contrastam com a camisa colorida que é muito transparente e mostra meu sutiã inteiro, me sinto sexy, e a possibilidade de ser uma modelo plus size me faz rir. Quando o elevador abre na garagem, vejo Doug, o rapazinho que mora no andar de baixo com quem saí há três meses. Ele está parado com uma sacola de compras nas mãos. Seu olhar percorre meu corpo de cima a baixo e eu sorrio quando ele foca o olhar no meu rosto, as coisas entre nós não terminaram bem.

"Olá, Ella, de quem você está fugindo hoje?" Doug pergunta, parecendo alguns amigos.

"De ninguém desta vez, tchau, Doug." Saio do elevador o mais rápido que posso.

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