Eu não disse não. Eu não disse não.
- O que foi? - Ele volta sua atenção para mim, curvando seus lábios perfeitos na minha direção, seu desdém óbvio. Ele interrompeu os beijos no meu ombro, parecendo impaciente, e se virou, segurando meu rosto possessivamente e me encarando. - Calma - ele disse. - Sei que você quer isso tanto quanto eu. - E continuou beijando.
Bem, é hora. Diga a verdade, Nicole. Diga a ele que você nunca fez sexo com alguém, diga que gostaria pelo menos de conhecê-lo melhor.
Não digo nada, confiando que ele notará minha postura rígida. Mas não, ele continua a me beijar ardentemente e eu faço o meu melhor para que meu cérebro entenda que isso deveria ser bom, que eu deveria gostar. Porque, afinal, era o Luck. Isso é o que eu queria, certo?
Infelizmente, senti que o Luck tinha afrouxado meu vestido o suficiente para ele cair sobre meus pés. Ele tirou minhas roupas e eu fiquei de calcinha na frente dele. Meu rosto ficou vermelho, tão quente que doía.
Ele resmungou, insatisfeito com alguma coisa. Possivelmente minha timidez. Ele se move para minhas costas. O movimento empurra minha bunda contra seu pau duro. Primeiro, ambas as mãos dele agarram meus quadris, segurando-os ali, ambas as bochechas deixando seu pau se encaixar perfeitamente.
Porra, isso me assusta. Ele parece grande e eu estou realmente com medo. Não sinto nada além de pavor.
- Sente o que você faz comigo - ele resmunga enquanto flexiona meus quadris.
Então ele solta uma mão e belisca um dos meus seios. Eu gemo, mas definitivamente não de prazer. O mamilo do meu seio arde, dói.
Solto um suspiro abafado ao perceber para onde essa situação está indo.
Ele começou a me alisar por cima da calcinha; meu corpo imediatamente ficou tenso. Senti seus dedos finos e frios encontrarem o caminho pelas laterais da minha calcinha, dançando entre minhas dobras para encontrar seu caminho final.
Luck deve ter lido algo na minha expressão, porque ele acrescentou, irritado.
-
Você não está excitada - ele disse, com uma carranca. Ele puxou meu lábio com força, e eu imediatamente senti o gosto de ferrugem na boca. Soltei um gemido, que não foi de prazer, enquanto a dor da mordida dele se espalhava. Porra, ele fez sangue.
-
Vou te foder de todas as maneiras possíveis. - E ele me deitou na cama, subindo em cima de mim.
Ele beijou meu pescoço e desceu até minha barriga, circulando meu umbigo com a língua. Ele novamente massageou meu núcleo por cima da calcinha, depois a puxou para o lado e enfiou o dedo.
Soltei um grito, que definitivamente não foi de prazer. Afastei meus quadris, surpresa com a dor. Levantei meu tronco, apoiada nos cotovelos, e o observei me dar um olhar predatório.
- Você é tão apertada! Porra, não sei se vou aguentar muito tempo quando te foder.
Luck literalmente ignorou meu grito, que obviamente não era de prazer.
Ele abriu o zíper das calças rapidamente, e eu ouvi o som do pacote de preservativo sendo aberto. Nem olhei, estava incapaz de olhar para ele agora sem repulsa e medo no meu olhar.
Ele se massageou e colocou a camisinha, se posicionando na minha frente. Eu ainda estava de calcinha. Ao mesmo tempo, meu corpo se tensionou, e eu hesitei em abrir as pernas. Mas ele fez isso por mim, e as abriu o máximo que pôde. Mais uma vez, eu me afastei, com medo do que estava por vir. Eu não era boba, sabia que minha primeira vez iria doer, mas realmente pensei que Luck seria um pouco mais carinhoso, que ele iria mais devagar. Porque, caramba, com um dedo já tinha doído pra caramba, imagine aquilo tudo. Eu estava realmente assustada... Finalmente olhei para cima e depois para o membro dele, e o observei me olhando com olhos curiosos.
- O que você achou que ia fazer aqui em cima comigo? Brincar de boneca? Você quis subir, então vamos terminar isso e depois você pode ir, mas agora, que tal me mostrar como você transa com os outros caras?
Minha mandíbula se apertou com força, é um milagre eu não ter quebrado um molar.
O quê? Que tipo de garota ele achava que eu era? Eu ainda era virgem! Não era hipócrita, sabia muito bem como as coisas eram feitas, mas pensei que seria mais tranquilo, nem precisava ser romântico. Era minha primeira vez, eu queria que fosse diferente, não só uma transa qualquer. Eu não era qualquer uma, e tinha me guardado para um momento especial. Ok, eu tinha medo de dizer a verdade, afinal, o que uma virgem poderia oferecer a um cara como ele? Meus pensamentos se dispersaram, senti o calor da proximidade do pênis dele enquanto ele puxava minha calcinha para o lado e me penetrava.
- Ahh! outro grito.
A impressão que eu tinha, além da sensação de ser invadida, era que tinham pegado um galho em brasa e enfiado em mim. Ou uma adaga afiada. A dor era excruciante, e eu tive que praticar a respiração cachorrinho, porque doía demais. Soltei um gemido abafado de dor e segurei seus braços tão forte que vi meus nós dos dedos ficarem brancos. Acho que ele nem percebeu; por causa das bebidas ou não, ele nem parou, continuando a estocar uma vez após a outra, enquanto embaixo dele, meu corpo tenso se contorcia de dor.
Foi então que algo aconteceu que me surpreendeu, ele se inclinou ainda mais, arrastando o nariz pela minha bochecha e minha respiração ficou presa. Não era um ato romântico, era um ato de controle. Logo sua mão estava na minha boca, abafando meu gemido descontente. Claro, ele não perguntou e não se importou se eu gostava, ele simplesmente saiu de dentro de mim e meu corpo gritou de alívio, mas foi apenas para me virar de costas. Seus dedos umedecidos de saliva cutucaram minha entrada dolorida e irritada. Logo, ele continuou a me penetrar enquanto puxava meu cabelo com força. Senti a primeira lágrima resultante da dor escorrer involuntariamente do meu olho direito. Nunca pensei que diria isso sobre Luck, mas o que eu mais queria era que acabasse logo.
- Ahh... garota, você é tão gostosa... vou gozar!
Ele soltou um gemido alto e finalmente saiu de dentro de mim. Por um momento me senti estúpida, suja. Mas eu não via a hora de sair dali e voltar para minhas amigas.
Observei enquanto ele se sentava na cama e removia a camisinha usada. Levantei-me com meu corpo morto, querendo sair dali o mais rápido possível.
- O que você acha que está fazendo? - A voz dele é tão dura quanto seu corpo. - Eu não terminei com você.
Então eu dou uma risada amarga, um som que não me pertence. É ridículo. Sou inteligente, rica, bem-educada. Posso sair desta sala sempre que eu quiser.
Ele se inclina para o meu espaço, tão perto que posso sentir as notas picantes do seu perfume, e com os músculos tremendo, me preparo para a avalanche de insultos e raiva que vejo em seus olhos.
Mas ele apenas repete:
- Eu ainda não terminei, porra. - Então ele me beija nos lábios. Percebi que Luck era um cara insaciável, já que naquela noite transamos mais duas vezes antes de dormir.
Acordei com uma dor de cabeça terrível e uma náusea brutal. Tentei abrir os olhos, mas minha cabeça estava pesada e meus lábios ardiam por dentro por causa da mordida violenta que Luck me deu. Meu corpo estava totalmente dolorido, especialmente lá embaixo. Com dificuldade, abri os olhos e observei uma escuridão fumegante. Coloquei as mãos ao lado da cama pensando que encontraria Luck.
- Luck? - Chamei, sem resposta.
Sentei-me lentamente, minha cabeça estava latejando e eu definitivamente ia vomitar. Corri para a porta à direita, esperando que fosse um banheiro. Ajoelhei-me no chão frio em frente ao vaso sanitário e vomitei por longos minutos antes de conseguir me levantar. Lavei o rosto, usei o Listerine que estava à mão e voltei para o quarto. Luck não estava lá, não havia sinal de suas roupas.
Graças a Deus por isso.
Peguei minha bolsa e olhei meu celular. Havia mais de trinta chamadas e mensagens, de Vivian e Alice. Claro, já eram três horas da manhã. Respirei fundo e respondi rapidamente: Estou bem. Antes que elas pudessem responder, meu celular desligou. Na verdade, fiquei feliz por não ter que dar muitas explicações. Vesti minhas roupas e olhei ao redor do quarto novamente, procurando por um bilhete, um cartão, ou qualquer coisa que ele tivesse deixado para explicar por que tinha saído assim.
Foi o pior sexo da minha vida, foi o único, e se todas as vezes fossem assim, eu definitivamente teria que ser celibatária.
Desci as escadas segurando meus sapatos na mão, meu rosto parecia horrível. Meu cabelo estava uma bagunça. Primeiro passei pelo corredor, onde parei para admirar algumas fotos na parede, algumas de Luck pequeno com um bebê no colo, outras brincando e outras com seu pai. Continuei pelo corredor até encontrar a escada e desci. O salão, antes cheio de vida e pessoas, agora estava vazio, restando apenas os vestígios de confetes e serpentinas, e sujeira no chão. Olhei para a direita e observei o amigo de Luck fumando maconha sentado no balcão do bar.
-
Você viu minhas amigas? Elas devem ter perguntado por mim.
-
A ruiva histérica e a loira violenta. Ah, com certeza. - Ele sorriu. - Não se preocupe, não disse nada sobre Luck, ele geralmente não gosta de falar sobre as garotas com quem transa.
Engolindo o enorme nó na minha garganta, passei a mão pelo meu rosto vermelho.
Ele sorriu docemente e me respondeu. - Ele saiu há cerca de uma hora.
- Honestamente, só quero ir embora. - Avisei.
Ele deu de ombros e continuou fumando, como se eu não fosse problema dele.
E eu não era.
- Você precisa de um Uber? Acho que não há mais motoristas particulares por aqui. E você pode ser muito atraente, mas não posso te levar para casa. Perdi minha carteira de motorista há alguns anos.
Me abraço, numa tentativa frustrada de me cobrir. Eu não estava confortável e estava sozinha neste lugar. Só queria ir embora.
-
Posso pedir um Uber para você. - Ele sugere, provavelmente percebendo meu desconforto.
-
Ah, sim, claro, eu agradeceria. Meu celular está descarregado.
-
Ok. Só um minuto. - Ele entrou e voltou alguns minutos depois.
-
Olha, tem um Uber vindo, posso esperar com você lá embaixo.
Eu não disse nada, mas ele me seguiu mesmo assim. Mantendo uma distância segura e confortável, ele sabia que eu estava com medo.
Ficamos em silêncio na entrada do chalé, e então o Uber chegou.
- Ei, - Antony gritou antes de eu entrar no Uber. - Não leve a mal, mas você está bem? Seu lábio está cortado... você parece um desastre. Vi você subir com o Luck.
Uma vergonha que nunca senti antes percorreu meu corpo, e eu sabia que não deveria me sentir assim, Luck me tratou mal, me incitou a fazer coisas que eu não queria. Com agressão e desrespeito. Então, porque minha mente estava me boicotando, estava me fazendo sentir péssima e envergonhada.
-
Estou bem. - Eu menti.
-
É só que o Luck... ele é meu amigo, - ele suspira profundamente. - Mas às vezes, quando ele bebe, ele pode ser um pouco... - Ele sustenta meu olhar e me olha como se me incentivasse a falar a verdade.
-
Estou bem, obrigada.
Eu assenti, fingindo me enganar.
Cheguei na entrada da escola e não fiquei surpresa ao encontrar Vivian e Alice do lado de fora, esperando por mim. Saí do táxi e caminhei calmamente em direção a elas.
-
Nicole, qual é o seu problema? - Vivian correu até mim, me abraçando apertado. - Estávamos prestes a chamar a polícia. E pior, tivemos que inventar a desculpa mais maluca para que Matthew e a supervisora acreditassem em nós e não reportassem isso à sua mãe. Para Matthew, dissemos que você se sentiu mal e veio aqui antes de nós. Também assinamos sua lista de chegada como se fosse você. Se não, pode apostar que sua mãe já estaria aqui agora.
-
Nicole, onde você estava? - Alice aproveitou para perguntar.
-
É só que eu conheci alguém. - A mentira flui dos meus lábios. - Conversamos até tarde... Eu perdi a noção do tempo.
-
Ai. Ai meu Deus! Não me diga que você transou com um estranho? - A boca de Vivian formou um grande "O" de surpresa.
Eu poderia explicar a história, mas tinha uma dor de cabeça que mal me permitia pensar, além da náusea que não passava.
-
Não, não foi nada disso. - Respondi, encarando os olhos curiosos. - Só conversamos e foi isso.
-
E nós conhecemos ele? - Alice estreitou os olhos, olhando para meu lábio machucado.
-
Não. Olha, meninas, estou bem, segura e cansada. Se não se importarem, vou subir.
Vivian e Alice se entreolharam e deram de ombros. Alice demorou um pouco mais para acreditar na mentira, mas no final ela aceitou.
- Ok, - ela disse. - Conversamos amanhã. O importante é que você está bem.
Nos despedimos, e cada uma foi para seu quarto.












































