O argumento de Adeline e Alexander

"Alexander, você realmente acredita que é sábio educar o filho de Cecelia como fazemos com Andrew?"

"Devemos estar preparados para qualquer possibilidade."

"Vamos observar os dois meninos de perto e guiar seu progresso."

Suspirei, minha apreensão pesando sobre mim.

"Peço que reconsidere."

"Não acredito que este seja o melhor caminho."

Seus olhos se estreitaram, um brilho de irritação cintilando em suas profundezas.

"Adeline, você está questionando meu julgamento?"

"Não," respondi rapidamente, abaixando o olhar.

"Eu nunca ousaria desafiar sua sabedoria."

"Eu me preocupo com Andrew."

A expressão de Alexander suavizou, mas sua determinação permaneceu inabalável.

"Estou determinado a garantir o lugar de nosso filho como futuro governante deste reino, assegurando um futuro próspero para nosso domínio."

"Nada impedirá isso."

Engoli em seco, escolhendo minhas palavras com cuidado.

"Minha preocupação não é apenas com o reino, Alexander."

"Cecelia é astuta e enganadora."

"A influência dela sobre o filho pode ser perigosa."

Ele zombou, descartando meu medo com um aceno de mão.

"Minha devoção é para você, Adeline."

"Cecelia não é uma ameaça."

"Já arranjei um casamento adequado para ela."

Sua declaração fez pouco para aliviar o nó no meu estômago.

"Espero que você esteja certo," sussurrei, mas a dúvida persistia.

"Podemos confiar em Matthew?"

"Matthew lida com Cecelia sob meu comando."

"Dei a ele autoridade para lidar com ela como achar melhor."

A voz de Alexander era fria, mas percebi uma sombra fugaz de preocupação cruzar seu rosto.

"Você me disse que nunca conheceu Matthew sendo severo com uma mulher."

"Ele sempre demonstrou uma certa ternura."

"Uma característica que Cecelia não reconhece."

Ele me olhou, a testa franzida. Um silêncio desconfortável se instalou entre nós, o peso de medos não ditos e tensões persistentes pressionando de todos os lados. Suavizei meu tom, aproximando-me dele.

"Desculpe se causei algum desconforto."

"Eu só quero proteger nossa família."

"Você não causou," disse Alexander calmamente, segurando minha mão.

"Eu só quero fazer o que é melhor para nossos filhos."

"Para nosso futuro."

A intensidade de seu olhar me atraiu, e por um momento, senti uma rachadura no muro que havia crescido entre nós. Meus dedos tocaram sua bochecha, um pedido de desculpas silencioso pelo desentendimento.

"Ambos queremos a mesma coisa."

"Que nossos filhos cresçam fortes e sábios."

Ele assentiu, sua mão cobrindo a minha.

"Eles crescerão."

"Juntos, garantiremos que herdem mais do que apenas poder."

Um sorriso suave tocou meus lábios, e ficamos ali, nossas testas repousando suavemente uma contra a outra em um voto silencioso de unidade.

"De mãos dadas, forjaremos um destino onde o amor e a empatia reinem supremos."

O ar da noite estava fresco quando saímos para a varanda, nossos dedos entrelaçados. As estrelas acima brilhavam como diamantes espalhados, sua luz lançando um brilho suave sobre a vila distante. O mundo parecia pacífico, mesmo que apenas por este momento.

"Esta vista é deslumbrante."

"É."

"Nada se compara a estar aqui com você."

Um sorriso surgiu nos cantos de seus lábios. Ele estendeu a mão para a minha, seu toque gentil, mas firme.

"Com você, tudo o resto desaparece."

"Somos apenas nós, e o mundo para."

Inclinei-me nele, saboreando o calor de sua presença.

"Você sempre faz tudo parecer mágico, Alexander."

"Eu nunca me senti tão viva quanto quando estou com você."

Nossos olhares se encontraram, a tensão entre nós se dissolvendo enquanto ele se inclinava lentamente. Seus lábios tocaram os meus em um beijo terno, e por um momento, o tempo parou. Meu coração batia em sincronia com o dele, o mundo desaparecendo ao nosso redor enquanto nos derretíamos um no outro.

A paz foi passageira. Meus olhos vagaram pelo jardim. Vi Cecelia, sentada sozinha em um banco. Suas mãos estavam fortemente cerradas em seu colo. Ela parecia incomumente frágil, sua compostura habitual despedaçada. O olhar de Alexander seguiu o meu, pousando brevemente em Cecelia antes de voltar para mim.

"Preciso falar com Matthew."

Assenti em compreensão, embora um sentimento de inquietação se insinuasse. Seus lábios tocaram os meus mais uma vez, e então ele se foi, deixando-me sozinha no ar frio da noite. Fechei rapidamente a porta da varanda e me retirei para o conforto de meus aposentos.

Apesar do cansaço, o sono se recusava a vir. Minha mente corria com pensamentos sobre o futuro. Sobre Cecelia, nossos filhos, o reino. Não conseguia afastar a tensão persistente de nossa discussão, nem a preocupação que me envolvia como uma sombra. Uma batida na porta me tirou dos meus pensamentos.

"Entre," chamei, minha voz não traindo a ansiedade que fervilhava dentro de mim.

A porta rangeu ao abrir, e a ama de Andrew entrou.

"Como está Andrew?"

"Ele está bem, minha senhora," ela respondeu, embora algo em seu tom me deixasse em alerta.

"Há algo mais?"

Ela hesitou por um momento antes de falar.

"Seria muito benéfico para Andrew se você e Lorde Alexander estivessem presentes com mais frequência, minha senhora."

Sua sugestão me pegou de surpresa. Franzi a testa, considerando suas palavras com cuidado.

"Vou levar isso em consideração."

Ela se curvou respeitosamente e me deixou sozinha com meus pensamentos mais uma vez. Sozinha no silêncio do quarto, não pude ignorar a crescente sensação de que nossa presença era mais necessária do que nunca. O futuro do reino, e de nossos filhos, dependia das escolhas que fizéssemos agora. Horas se passaram antes que Alexander retornasse, seus passos pesados de exaustão. O cheiro de álcool pairava sobre ele, e meu coração doeu ao ver o quanto o dia havia lhe custado.

"Você ainda está acordada?"

"Não consegui dormir."

"Não queria te preocupar."

"Você não me preocupou," eu o tranquilizei, embora a tensão entre nós ainda persistisse.

Na luz tênue das velas, ficamos em silêncio, lado a lado, o peso de nossas responsabilidades pressionando sobre nós. Levei-o para a cama, onde ele rapidamente sucumbiu ao sono, deixando-me sozinha com meus pensamentos mais uma vez.

O amanhecer chegou, e eu me levantei lentamente, sentindo o peso do dia que se aproximava. Fui até o berçário e encontrei Andrew ainda dormindo. Balancei-o suavemente em meus braços. O ritmo tranquilo de sua respiração acalmou minha mente inquieta. Aquela paz foi curta.

"Adeline," uma voz familiar chamou da porta.

Virei-me, surpresa ao ver Nyx parado ali, seus olhos fixos em mim.

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