Reunião de chá de Adeline

Com muito cuidado, entrei nos jardins, determinada a não ser conhecida como a rainha desajeitada em seu primeiro evento social. Os terrenos do castelo eram um testemunho de elegância, com rosas florescendo em cores ricas enquanto as fontes murmuravam uma melodia suave.

Sob a sombra salpicada de árvores antigas, uma longa mesa vestida com uma toalha branca impecável brilhava com frágeis xícaras de porcelana, talheres de prata e vasos cheios de flores recém-colhidas. A brisa carregava o aroma inebriante de jasmim e lavanda, conferindo um ar de encantamento à cena.

Ao redor da mesa, nobres senhoras adornadas com suas melhores vestes sentavam-se com graça silenciosa. Seus vestidos, enfeitados com pérolas e rendas, brilhavam na suave luz da tarde. No centro, sentava-se Cecelia, régia e imponente, atraindo toda a atenção. As conversas fluíam ao seu redor, com o tema de sua vestimenta sendo o centro das atenções. Ela usava um deslumbrante vestido carmesim, com o corpete adornado com renda preta e delicados bordados florais.

O suave zumbido das conversas preenchia o ar enquanto o chá era servido de bules de prata ornamentados em delicadas xícaras de porcelana, o líquido cintilando na brisa morna. Pratos de sanduíches, scones com creme de leite e doces intricadamente elaborados circulavam, tentando a todos com seus sabores refinados.

Menestréis tocavam suavemente ao fundo, sua música se misturando com o leve tilintar da porcelana. Movi-me graciosamente pelo encontro, trocando cumprimentos com as nobres senhoras, antes de tomar meu lugar na cabeceira da mesa. A conversa cessou, todos os olhos se voltaram para mim.

"Senhoras," comecei, oferecendo um sorriso caloroso, "agradeço por terem vindo esta manhã.”

“Espero conhecer melhor cada uma de vocês."

Levantei minha xícara de chá para sinalizar o início do chá da tarde, o calor do chá aquecendo minhas mãos. Lady Arabella, sentada à minha frente em um deslumbrante vestido esmeralda, ofereceu um sorriso.

"Vossa Majestade, sua hospitalidade não tem limites," disse ela, sua voz suave e graciosa.

"Os jardins estão simplesmente encantadores nesta época do ano."

"Obrigada, Lady Arabella.”

"É uma alegria ver meus convidados apreciando a beleza de nossos arredores."

O sorriso de Arabella vacilou ligeiramente antes de ela falar novamente, seu olhar mais afiado desta vez.

"Os rumores que circulam pelo reino são verdadeiros?"

As outras senhoras se mexeram em seus assentos; a curiosidade aguçada. Os olhos de Cecelia estavam fixos em mim, indecifráveis.

"A que rumor você se refere?" perguntei, mantendo meu tom controlado.

"Dizem que a amante do rei voltou a ser favorecida," Arabella continuou, suas palavras pairando no ar.

Mantive minha compostura, embora o peso da atenção da sala recaísse sobre mim.

"Talvez Cecelia seja mais adequada para abordar esse assunto."

Cecelia sorriu, seu tom inabalável.

"De fato, Vossa Majestade.”

“É verdade.”

“O rei me restaurou ao meu lugar de direito, mas seu coração está firmemente cativado por nossa amada rainha."

Os lábios de Arabella se curvaram em um sorriso conhecedor.

"O príncipe Andrew será o próximo a usar a coroa?"

"Andrew herdará o trono," disse firmemente, mas Arabella não havia terminado.

"É verdade, então, que o jovem Nathan também é filho do rei?"

Antes que eu pudesse responder, Cecelia interveio.

"Nathan é o mais velho, mas não será reconhecido como herdeiro de Alexander.”

“No entanto, ele será educado e preparado para um lugar de alta posição."

Um murmúrio varreu a mesa, as senhoras trocando olhares por trás de seus leques. O tópico de Nathan despertou emoções, mas não deixei que os sussurros me abalassem.

"O rei Alexander garantiu um futuro para Nathan," Cecelia continuou suavemente, sua voz silenciando os murmúrios.

"Ele servirá a este reino de uma maneira diferente."

A festa do chá prosseguiu. A conversa mudou para tópicos mais leves, mas a tensão subjacente permaneceu. Eventualmente, o encontro chegou ao fim. Despedi-me de cada uma das senhoras com graça e cortesia. Lady Arabella foi a última a sair, seu olhar demorando-se em mim como se contemplasse seu próximo movimento.

"Lady Arabella," eu disse, quebrando o silêncio, "espero que você se junte a mim para o chá na próxima semana."

"Será um prazer, Vossa Majestade," ela respondeu com um sorriso astuto antes de finalmente partir.

Assim que ela se foi, o olhar de Cecelia se fixou no meu, sua expressão afiada.

"Que jogo você está jogando, Adeline?"

Encarei-a de volta com firmeza.

"Não sei do que você está me acusando, Cecelia."

"Você busca desviar a lealdade da corte de mim."

"Estou apenas seguindo os desejos de Alexander," disse, mantendo minha voz firme.

"Meu objetivo é me comportar com respeito e dignidade."

Sem dizer mais nada, virei nos calcanhares e voltei para o castelo, indo direto para o escritório de Alexander. Bati firmemente, e sua voz chamou de dentro.

"Entre."

Entrei e fechei a porta atrás de mim. Alexander se levantou de sua mesa, seus olhos brilhando de curiosidade.

"Como foi o chá?"

"Consegui dissipar quaisquer rumores sobre a posição de Cecelia.”

"Lady Arabella concordou em se juntar a mim para o chá toda semana."

Alexander assentiu, sua expressão satisfeita.

"Bom.”

"Quero que você organize encontros pelo menos uma vez por mês."

"Como desejar."

"Alexander, como foi sua conversa com Matthew?"

"Como foi sua conversa?"

"Ele concordou com meus termos.”

"Nathan receberá a educação que merece, mas não contestará o direito de Andrew ao trono."

O rosto de Alexander suavizou-se em um sorriso.

"Tenho uma surpresa para você, Adeline."

Ele pegou minha mão, conduzindo-me pelo corredor até o grande salão de baile. Quando entramos, eu ofeguei. Uma mesa para dois havia sido preparada, coberta com linho fino, pétalas de rosa espalhadas pelo chão. Músicos tocavam suavemente ao fundo enquanto Alexander puxava uma cadeira para mim, guiando-me a sentar.

A noite passou em uma conversa feliz. O humor de Alexander se aliviou à medida que o cansaço deixava suas feições. Quando a refeição terminou, ele pegou minha mão, conduzindo-me a uma dança. A luz das velas tremeluzentes lançava sombras suaves no chão de mármore. A música nos envolvia enquanto nos movíamos em perfeita harmonia.

Por um tempo, não havia preocupações, nem os fardos da coroa—apenas nós dois, perdidos no momento. A noite chegou ao fim. Fomos até o berçário, onde Alexander levantou Andrew suavemente de seu berço. Ele o embalou suavemente, cantando até nosso filho voltar a dormir. Depois de beijar sua testa, saímos silenciosamente do berçário e voltamos para nossos aposentos.

Lá dentro, o calor do fogo nos acolheu. Fiquei junto à janela, a luz do luar lançando um brilho suave no quarto. Quando me virei, os olhos de Alexander estavam em mim, cheios de afeto. Ele se levantou, atravessando o quarto para acariciar minha bochecha gentilmente.

Nos abraçamos, nossos corações batendo em uníssono enquanto nos acomodávamos junto ao fogo. Perdidos em conversas tranquilas e risadas ternas. Eventualmente, vesti uma camisola macia, juntando-me a Alexander na cama. Seus braços fortes me envolveram, e eu descansei minha cabeça em seu peito, embalada pelo ritmo constante de seu coração. O sono começou a me dominar. Ouvi seu sussurro suave.

"Boa noite, Adeline."

"Eu te amo," murmurei.

"Eu te amo."

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