
O meio-irmão bilionário do papai
Zaria Richardson · Atualizando · 76.8k Palavras
Introdução
Tudo muda quando Adrian Belfort, o distante meio-irmão de seu pai e um joalheiro bilionário recluso, retorna da Europa após quatro anos. Adrian era como um tio para Clara, mas seu reaparecimento traz uma mudança inesperada. O olhar intenso e quase protetor de Adrian deixa Clara inquieta, sugerindo sentimentos além do afeto familiar.
Capítulo 1
A luz da manhã atravessava as cortinas de renda do quarto de Clara Miller, lançando delicados padrões nas paredes. Ela estava sentada em sua penteadeira, escovando seu longo cabelo castanho com movimentos distraídos, seus pensamentos vagando para o dia que estava por vir. O último ano do ensino médio era uma perspectiva tanto assustadora quanto empolgante. Ela estava ansiosa para se formar, mas o futuro parecia uma vasta extensão de incertezas. Quando terminou de amarrar a fita no cabelo, ouviu o murmúrio baixo de vozes vindo do andar de baixo.
Clara franziu ligeiramente a testa. Seu pai raramente recebia visitas tão cedo pela manhã. Ela pegou sua mochila, alisou a saia xadrez e se dirigiu para a escada. Seus passos eram leves, quase hesitantes, enquanto descia.
Quando Clara chegou ao último degrau, parou, seus olhos se arregalando de surpresa. Sentado à mesa do café da manhã com seu pai estava um homem que ela não via há quatro anos. Adrian Belfort. Sua presença era ao mesmo tempo surpreendente e estranhamente familiar, como uma melodia esquecida de repente lembrada.
Adrian levantou o olhar de sua conversa com seu pai, seus penetrantes olhos azuis fixando-se nos dela. Por um momento, Clara sentiu um peculiar tremor no peito. Havia algo diferente na maneira como ele a olhava, uma intensidade que não estava lá antes. Ele parecia um pouco mais velho agora, seus traços mais definidos e alguns fios prateados surgindo em seu cabelo, exalando uma confiança que dominava o ambiente.
"Clara," disse seu pai, sua voz calorosa, mas ligeiramente formal. "Veja quem veio nos visitar. Você certamente se lembra do Adrian, não é?"
Clara assentiu, um sorriso tímido tocando seus lábios. "Claro que me lembro dele, pai! Eu não era um bebê da última vez que o vi. Bom dia, Sr. Belfort. É bom vê-lo novamente. Meu pai acha que eu tenho a memória de uma criança pequena."
O olhar de Adrian suavizou enquanto ele sorria de volta para ela. "Bom dia, Clara. Você cresceu bastante desde a última vez que a vi. Quanto tempo faz? Quatro anos?"
"Sim," respondeu Clara, sentindo um leve rubor subir em suas bochechas. Ela puxou uma cadeira e sentou-se, seus movimentos cuidadosos e precisos.
Seu pai, Richard Miller, um homem que carregava o peso de sua fortuna perdida com uma dignidade silenciosa, serviu-lhe um copo de suco de laranja. "Adrian acabou de voltar da Europa. Estávamos discutindo algumas oportunidades de negócios."
Clara assentiu, ouvindo atentamente. Negócios eram um tema comum em sua casa, especialmente desde que as perdas de jogo de seu pai haviam impactado significativamente sua situação financeira. O fundo fiduciário deixado por sua falecida mãe era sua tábua de salvação, garantindo que pudessem manter uma aparência de seu estilo de vida anterior.
O retorno de Adrian era inesperado, mas trazia um senso de nostalgia. O avô de Clara se casou com a mãe de Adrian após a morte de sua primeira esposa, a avó de Clara, o que foi um escândalo na época, já que a mãe dele era uma mãe solteira de uma família de classe média. Adrian acabou se tornando um magnata bilionário do ramo de joias, mais rico do que a família de seu pai jamais foi. Ele tinha sido como um tio para ela, às vezes presente em reuniões familiares e feriados, mas sempre mantendo certa distância. Vê-lo agora, depois de tantos anos, despertava uma mistura de emoções dentro dela.
"Senti falta das nossas conversas, Clara," disse Adrian, seu tom casual, mas sincero. "É bom estar de volta."
Clara sorriu novamente, sentindo-se um pouco mais à vontade. "Eu também senti falta. Como foi a Europa?"
Adrian recostou-se na cadeira, seus olhos nunca deixando os dela. "A Europa foi... esclarecedora. Mas não há lugar como o lar."
Clara assentiu, voltando sua atenção para o prato. A conversa entre seu pai e Adrian retomou, mas ela não conseguia se livrar da sensação de que algo havia mudado. A maneira como Adrian a olhava era diferente, mais focada, quase como se ele a estivesse vendo pela primeira vez.
Clara olhou para o relógio na parede, percebendo que precisava se apressar se não quisesse se atrasar para a escola. Ela colocou o garfo gentilmente na mesa e olhou para seu pai e Adrian.
"Preciso ir para a escola agora," anunciou, empurrando a cadeira para trás e se levantando.
Adrian olhou para o relógio e depois de volta para ela, um pequeno sorriso brincando em seus lábios. "Eu também preciso ir. Que tal eu te dar uma carona, Clara?"
Clara hesitou por um momento, mas a perspectiva de andar no carro de luxo de Adrian era intrigante demais para recusar. "Seria ótimo, obrigada."
Após uma breve troca de despedidas com seu pai, Clara seguiu Adrian para fora. O carro preto e elegante brilhava à luz da manhã, um contraste marcante com os arredores mais modestos da casa dos Miller. Adrian abriu a porta do passageiro para ela, e ela entrou, o cheiro de couro fino preenchendo seus sentidos.
Enquanto dirigiam pelas ruas tranquilas, Clara aproveitava o vento no rosto, seu cabelo esvoaçando suavemente. A paisagem passava em um borrão de verde e dourado, a manhã de início de verão lançando um brilho quente sobre tudo. Por alguns momentos, ela se permitiu esquecer as pressões da escola e da família, simplesmente se deleitando com o luxo do momento.
Logo, chegaram à Rosewood Academy. Clara virou-se para Adrian com um sorriso agradecido. "Obrigada pela carona, Sr. Belfort."
Ela alcançou a maçaneta da porta, mas a mão de Adrian a parou gentilmente. "Permita-me," disse ele, sua voz suave e insistente.
Adrian saiu do carro e deu a volta, abrindo a porta para ela de maneira cavalheiresca. Clara sentiu um calor subir em suas bochechas enquanto sorria para ele, apreciando o charme à moda antiga de seu gesto. Ela pegou a mão oferecida para sair do carro, mas na pressa, tropeçou ligeiramente. O aperto de Adrian se firmou, estabilizando-a.
"Cuidado," murmurou ele, seus olhos encontrando os dela com um olhar preocupado.
O rubor de Clara se intensificou, uma mistura de embaraço e algo mais que ela não conseguia definir. "Obrigada," disse suavemente.
A mão de Adrian permaneceu por um momento antes de soltá-la, seu toque quente e reconfortante. Clara deu um passo para trás, alisando a saia enquanto tentava recuperar a compostura. "Até mais," disse, oferecendo-lhe um sorriso tímido.
"Tenha um bom dia na escola, Clara," respondeu Adrian, seu olhar a seguindo enquanto ela caminhava em direção à entrada da academia.
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