8

Lauren não conseguia tirar isso da cabeça.

Aaron Spencer. Tão insensível quanto um iceberg e igualmente frio.

Ela mordeu o lábio, incapaz de parar de pensar no homem. Não, no desgraçado. Pois era assim que qualquer pessoa capaz de assassinar duas pessoas indefesas deveria ser chamada. Um suspiro irritado escapou de seus lábios e Grayson olhou para ela enquanto caminhavam de volta para o restaurante.

"Ainda pensando nisso?" ele perguntou baixinho.

Lauren fez uma careta e desviou o olhar. "Não consigo evitar," respondeu. "Ele era tão... frio."

Grayson enfiou as mãos nos bolsos, diminuindo o passo à medida que o restaurante aparecia à vista.

"Olha, é assim que Aaron fica quando se sente atacado. Muitas pessoas por aqui já o encurralaram com algumas palavras escolhidas e acho que ele simplesmente se treinou para reagir dessa forma até que o deixem em paz."

Lauren bufou. "Tanto faz."

Logo eles estavam no restaurante e, como Grayson havia dito, os outros ainda estavam sentados na cabine.

"Lauren!" disse Samantha. "Espero que você não tenha ido à casa daquele homem. Ele é perigoso!"

Lauren deu de ombros e murmurou uma resposta. A mão de Natalie envolveu a dela e Lauren olhou para baixo.

"Você está bem?" Natalie perguntou, com os olhos cheios de preocupação.

Lágrimas de repente embaçaram sua visão e Lauren piscou para clareá-las. "Sim," ela assentiu para Natalie. A mão da mulher apertou ainda mais a de Lauren.

"Você realmente foi à casa de Aaron Spencer? Você o viu?"

Soltando a mão de Natalie, Lauren assentiu. "Sim. Decisão estúpida," murmurou e rapidamente mudou de assunto. "Decidi passar pela casa do meu avô e dar uma arrumada, depois vou vendê-la."

Parker se animou. "Sério? Isso é ótimo. Você precisa de ajuda com o lugar?"

Lauren sentiu seu coração se elevar. "Ah, sim. Na verdade, eu queria pedir a ajuda de vocês..."

"Feito," disse Parker, interrompendo-a. "Vamos ajudar você a transformar esse lugar rapidinho. Como... desculpa por discutir sobre um assunto tão sensível na sua frente. Espero que Grayson e eu não tenhamos magoado seus sentimentos."

Lauren balançou a cabeça com um sorriso. "Não, está tudo bem."

James tomou um gole de seu café e suspirou. "Perfeito. Quando começamos a trabalhar na sua casa?"

Lauren olhou para Grayson, que deu de ombros.

"Que tal agora? Podemos entrar... dar uma olhada?"

James olhou para Parker. "Ah, agora? Uhm... ok. Sim."

Lauren assentiu. "Legal." Ela os observou saírem da cabine, Natalie reivindicando o direito de quebrar as janelas velhas quando as substituíssem.

"Deus, você é destrutiva," Parker brincou enquanto abria a porta e eles saíam do restaurante.

"Não vou negar," Natalie respondeu com um sorriso travesso. Lauren riu enquanto começavam a caminhar até a casa onde o Rev. Burns viveu muitos anos atrás.

Ela tentou não pensar nisso enquanto caminhava e os outros faziam piadas ao seu redor, mas os pensamentos invadiam a mente de Lauren, independentemente.

Logo ela estaria entrando no lugar onde seu avô foi assassinado. O último lugar onde sua mãe foi vista viva. Ela estava com medo.

Quando entrasse lá, sentiria tudo de uma vez? Ouviria as vozes agonizantes deles gritando de dor enquanto pediam ajuda?

Lauren se perguntou se as paredes e o chão... se ainda estavam manchados com o sangue deles. Ela se perguntou se daria uma olhada na sala de estar e seria capaz de contar a história que aconteceu lá mais de uma década atrás.

Um arrepio percorreu seu corpo e um braço a envolveu, oferecendo calor. Ela olhou para cima e viu Grayson caminhando ao seu lado, olhando para a estrada à frente. Silencioso, mas oferecendo um conforto que falava volumes.

"Isso vai ser difícil," ela sussurrou.

Ele olhou para ela e assentiu.

"Sim, vai ser. Mas estaremos bem aqui com você. Se precisar chorar, eu te dou meu ombro e Parker te oferece a camisa dele se precisar assoar o nariz," ele disse, fazendo-a rir.

Logo eles viraram na antiga rua de Lauren e a conversa diminuiu.

Caminharam um pouco mais e então uma casa apareceu ao virar de uma curva, escondida por árvores altas. A grama estava um pouco mais alta do que a maioria dos quintais. A cidade obviamente a mantinha aparada, mas claramente não tão frequentemente quanto os outros quintais. Lauren não precisava ser informada. Ela parou na curva e olhou para a casa de tijolos fortes que se erguia orgulhosa contra o céu, sem uma única inclinação, mesmo após anos suportando o peso de mitos, especulações e heresias.

Todos olharam para ela, esperando.

Lauren respirou fundo, empurrou o portão enferrujado e entrou. Os outros a seguiram rapidamente, não querendo deixá-la entrar sozinha.

O caminho no jardim da frente levava direto à porta da frente. Não havia degraus, apenas uma simples porta de tela e uma porta de madeira pintada de branco atrás dela. Ela a encarou, tentando acalmar seu coração acelerado.

Virando a cabeça para o lado, ela fez um gesto para Parker. "Você pode arrombar a porta? Eu não tenho a chave, mas tudo bem, porque vamos substituí-la de qualquer maneira."

Parker assentiu e fez um gesto para que ela se afastasse.

Eles se concentraram na porta e não sentiram a necessidade de olhar ao redor.

De um pouco mais alto, um par de olhos apavorados observava o grupo. Os intrometidos esquilinhos! O que diabos eles estavam fazendo ali? Em um quarto, uma sombra se projetava contra a parede enquanto seu dono franzia a testa olhando pela janela para Lauren e seus amigos.

"É a neta e seus amigos irritantes," disse uma voz rouca. De repente, um som alto de batida encheu a casa e a sombra pulou, agarrando seu chapéu. Logo o estranho estava correndo para a janela do banheiro antes que aqueles garotos intrometidos subissem as escadas.

Silencioso como um lagarto, o estranho deslizou pelo poste trêmulo preso à parede do lado de fora, rezando para que a coisa velha aguentasse. Alguns segundos depois, ele estava no chão e desapareceu na floresta atrás da casa.

Parker estudava a lareira, com medo de tocar em qualquer coisa, assim como seus colegas, todos inconscientes da sombra que passou pela janela do lado de fora. Eles observavam Lauren cautelosamente enquanto ela ficava no meio da sala de estar e olhava para o chão ao redor de seus pés em silêncio.

Eles se prepararam para confortá-la se ela ficasse chateada e ficaram surpresos ao vê-la se virar com um sorriso brilhante, embora com os olhos um pouco marejados.

"Bem-vindos à minha casa," ela disse com uma pequena reverência rígida.

Natalie riu. "Dá pra ver que você não pratica isso no espelho," brincou.

Lauren riu e deu um empurrãozinho brincalhão no ombro dela. "Nunca disse que participei de nada de Shakespeare."

O pó fez cócegas em seu nariz e a fez espirrar instantaneamente. O lugar estava cheio de poeira. Samantha tentou e conseguiu abrir algumas janelas enquanto os outros davam uma olhada ao redor. Lauren estava tão feliz que se lembrava de algumas coisas e que podia sentir o reconhecimento real do lugar em seu coração.

Os sofás estavam cobertos com lençóis brancos e o tapete havia sido removido, mas ela sabia que eram pretos com rosas vermelhas escuras espalhadas no design. Ela viu o relógio que pendia alto nas paredes verdes desbotadas.

Ele havia parado de funcionar há muito, muito tempo e estava coberto de poeira, mas ela se lembrava dele.

Então Lauren viu uma porta de madeira perto da cozinha, próxima à escada. O quarto de sua mãe. Com a garganta entupida de lágrimas e o coração pesado, ela imediatamente se afastou daquela porta.

"O que vocês acham?" ela perguntou, com a voz trêmula.

James bateu a poeira das mãos enquanto assentia. "Está bem sujo, mas aposto que vai ser fácil de arrumar, não se preocupe."

Grayson concordou com a cabeça. "Sim. Amanhã, vamos testar a resistência dos pisos no andar de cima, vamos verificar os cabos e garantir que tudo esteja funcionando, embora eu deva avisar que provavelmente vamos substituir a maioria deles."

Lauren assentiu. "Tudo bem, eu prefiro assim."

"Podemos dar uma olhada no andar de cima para saber tudo o que devemos trazer amanhã?" Parker perguntou e Lauren assentiu.

Natalie liderou o caminho, testando cuidadosamente cada degrau, pressionando-o com cuidado e depois batendo o pé nele a partir de um degrau mais baixo. Quando ficou satisfeita, subiu alegremente para o andar de cima, com Parker e os outros em seu encalço.

Lauren ficou embaixo, olhando para os pequenos suportes de madeira vazios. Tudo o que tinham era poeira, nem uma única fotografia de sua família que ela pudesse guardar com carinho.

"Você está bem?"

Lauren se virou para encontrar Grayson limpando as mãos da poeira do velho caixilho de madeira da janela que se desintegrava em seus dedos.

Ela deu de ombros. “Sim, eu... eu só queria que houvesse pelo menos uma fotografia. Embora eu...” ela franziu a testa e balançou a cabeça. “Não me lembro de ter tirado fotos com minha família. Era sempre muito sério por aqui, realmente. Igreja, casa e igreja de novo. Tia Abigail fazia todas as compras. Não minha mãe. Ela quase nunca saía de casa.”

Grayson ouviu com uma expressão preocupada. Aquilo não era uma forma de viver que ele conseguia imaginar.

Lauren suspirou e jogou as mãos para cima em frustração. “O que diabos aconteceu aqui?!” ela perguntou a ninguém em particular.

Isso estava corroendo-a por dentro, ele podia ver. Tendo vivido todos esses anos sem nem mesmo o desejo de saber. Mas agora, ela tinha visto Aaron e a casa, isso continuaria a torturá-la até que ela soubesse toda a história.

Grayson mordeu o lábio, sabendo que ela provavelmente o amaldiçoaria pelo que ele estava prestes a dizer.

“Fale com ele, Lauren,” ele disse firmemente.

Ela olhou para ele. “O quê? Quem?”

“Aaron.”

Lauren gemeu e revirou os olhos. “Para ele olhar através de mim como se eu não estivesse lá e ir embora de novo? Não, obrigada!”

Ele provavelmente estava acostumado a conseguir o que queria, pensou Lauren. Ele matou duas pessoas e ficou livre, viveu uma boa vida com sua mãe, até conseguiu um emprego respeitável como bombeiro. Com a beleza de Aaron, claramente não havia muito que não tivesse dado certo em sua vida. A boca de Lauren se curvou em desgosto.

Grayson se afastou da janela e veio até ela. “Ele não fará isso se você conseguir alcançá-lo. Ouça, vá até lá amanhã, eu vou com você se quiser, mas você precisa falar com ele, Lauren.”

“Por quê?!”

“Porque você quer ouvir a verdade e ele é o único que a conhece!”

Ela olhou para ele, derrotada. Ela se afastou dele então, relutante em admitir que ele estava certo.

“Não vai funcionar,” Lauren disse em vez disso. “Ele não vai me contar.” Porque ele não tem coração, ela queria acrescentar.

Grayson respirou fundo. “Fale com ele.”

Ela se virou relutantemente para olhá-lo, uma expressão de incerteza clara em seus olhos. “E se...”

“Não,” Grayson a interrompeu. “Seja lá o que você estiver pensando... não. Vai ficar tudo bem, eu prometo. Ele nunca te machucaria.”

Lauren queria dizer a ele que ele não sabia disso com certeza. Aaron Spencer era um monstro.

Mas ele era um monstro que ela tinha que enfrentar.

Lauren estremeceu. Isso era exatamente o que ela estava evitando quando se recusou a voltar para Woodfair.

“Vou falar com ele. Amanhã.”

Grayson assentiu. “Eu vou com você.”

“Não,” ela balançou a cabeça. “É suficiente que você saiba onde eu estou. Vou enquanto vocês estiverem ocupados aqui para que Sam não tente me impedir. Certifique-se de que eles não saibam.”

Grayson assentiu, feliz que ela finalmente estivesse fazendo isso. Ele conhecia Aaron. Talvez ele não soubesse o que havia em todos os pequenos recantos escuros que Aaron mantinha escondidos, mas Grayson sabia com certeza que, seja lá o que estivesse lá, não era maldade. Aaron não era mau.

Lauren se virou e ficou surpresa ao ver Natalie parada silenciosamente na escada observando-os. O gelo em seus olhos afiados fez a pele de Lauren arrepiar, mas rapidamente desapareceu quando Natalie sorriu e desceu o resto das escadas saltitando.

Lauren olhou cautelosamente para ela antes de se virar.

Logo os outros desceram cobertos de poeira da cabeça aos pés e com Samantha espirrando sem parar.

“Não acho que ela vai conseguir aguentar a poeira o dia todo amanhã,” James disse sorrindo enquanto a puxava escada abaixo pela mão.

“Tudo bem,” Sam disse, segurando um espirro. “Vou fazer pausas lá fora para pegar ar fresco.”

Lauren se desculpou com um sorriso e olhou para um Parker sério. “Ei. O que há com essa cara séria?” ela perguntou.

Parker deu de ombros, olhando de volta para as escadas. “Eu não sei... é só que...” ele fez uma careta.

James riu. “Parker aqui acha que alguém esteve nesta casa. Esta casa que está trancada há quase vinte anos, devo acrescentar.”

Lauren sentiu um arrepio na espinha. “Isso seria assustador,” ela comentou, olhando para Parker. “O que te fez pensar isso?”

Parker passou a mão pelo cabelo. “Foi só a sensação do quarto—”

“Que quarto?”

"Uh... o quarto do falecido Reverendo lá em cima. Eu entrei para verificar as paredes e ver quanta tinta e papel de parede vamos precisar e... simplesmente não parecia... um quarto que esteve fechado por vinte anos."

James inclinou a cabeça para o lado. "E como seria isso, Parker?"

Parker revirou os olhos. "Sabe de uma coisa? Esquece."

James riu e deu um tapa nas costas dele enquanto Natalie fazia um beicinho brincalhão e o abraçava para mostrar suas condolências pelas "mármores" que ela tinha certeza de que ele estava perdendo.

"Não se preocupe com isso, Parker," Lauren disse, sem saber o que pensar sobre o que Parker havia dito, então ela deixou pra lá.

"Sabemos tudo o que precisamos saber então?" Grayson perguntou e os outros assentiram. Lauren olhou para a porta quebrada com uma careta.

"Como vamos trancar?" ela perguntou, já se arrependendo de ter arrombado a porta.

James acenou com a mão. "Não se preocupe com isso agora. Ninguém nesta cidade jamais pensaria em invadir esta casa porque eu prometo a você, todos ou adoram a memória do Reverendo ou têm medo de irritar seu espírito. Ninguém vai pisar aqui, com certeza."

Natalie assentiu em concordância. "É verdade," ela disse.

Lauren suspirou. "Tudo bem então. Vamos."

"Você não quer dar uma olhada lá em cima, sabe?" Natalie perguntou.

Lauren olhou para as escadas e hesitou.

"Não," ela balançou a cabeça. "Vou ver quando estivermos reformando, não hoje."

Com um encolher de ombros, ela liderou o caminho para fora e todos a seguiram.

A caminhada de volta para a casa do Prefeito foi muito mais pacífica e alegre do que a caminhada de saída naquela manhã.

Os novos amigos de Lauren sorriram ao ver a casa do Prefeito.

"Ele é realmente um bom prefeito," Natalie disse e todos, exceto Grayson, murmuraram em concordância.

"Ele é?" Lauren perguntou. "Por quê?"

Samantha deu de ombros. "Ele respeita as crenças e desejos das pessoas. Como uma cidade pequena, valorizamos muito isso. Na verdade, foi o profundo amor e respeito dele pelo seu avô que o colocou na cadeira de Prefeito, eu diria."

Os outros assentiram.

"Ele citava o Reverendo sempre que podia, as pessoas notaram e votaram," Parker disse.

Lauren olhou ceticamente para a casa atrás dela. "Parece um pouco de manipulação para a campanha dele, se você me perguntar," ela murmurou e James riu.

"Sempre pensei o mesmo."

Sam estalou a língua. "E vocês dois são muito céticos! Ele é um bom homem que respeitava o Reverendo. É por isso que a cidade o ama."

"Também porque ele limitou Aaron e sua mãe à casa em que viveram nos últimos trinta anos, proibindo-os de morar em qualquer outro lugar em Woodfair," Grayson disse friamente. "É por isso que eles o amam."

O olhar de Lauren caiu ao ouvir isso.

"Por que ele simplesmente não deixa Woodfair?" ela perguntou com firmeza.

Grayson enfiou as mãos nos bolsos.

"Sua mãe," ele disse. "Ela sofre de amnésia recorrente. Aquela casa e seu filho são as únicas coisas constantemente familiares para ela. Ele não quer movê-la para um lugar que ela não reconheça."

"Que heróico," Parker disse sarcasticamente. "Ele aceita o insulto e a vergonha de viver em Woodfair só para que sua doce mamãe possa ficar confortável em sua casa." Ele bufou e se afastou do olhar de Grayson.

Lauren manteve o olhar fixo no chão em seu pequeno círculo. Parecia que Aaron Spencer faria qualquer coisa por sua mãe.

Cerrando a mandíbula, ela se afastou de seus amigos.

"Eu tenho que ir agora, pessoal. Não vou poder ir à loja de ferragens com vocês de manhã, desculpe."

Natalie acenou com a mão. "Tudo bem, nos encontraremos na casa. Mas por quê?"

Lauren deu de ombros. "Eu, uhm... preciso resolver algumas coisas com o Prefeito Stanford."

Ela não perdeu o jeito como o olhar avaliador de Natalie se focou em seu rosto, mas ela ignorou. Se Natalie tivesse ouvido a conversa de Lauren com Grayson, Lauren só esperava que ela não contasse a todos.

Os outros assentiram e se despediram. Grayson deu-lhe um tapinha reconfortante no ombro e foi embora com eles.

Lauren entrou, com a cabeça erguida, embora em seu íntimo pesasse o conhecimento de que, amanhã, ela enfrentaria Aaron Spencer novamente.

A parte mais assustadora não era falar com ele... era ignorar a forma como seu coração batia mais rápido, como seus mamilos se enrijeciam quando seus olhos dourado-acastanhados se focavam nela.

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